A mudança no comando da Petrobras tem levado a queda de mais de 5% no Índice Ibovespa na manhã desta segunda-feira (22) e também empurrando o preço do dólar para cima. A moeda chegou a encostar em R$ 5,53 por volta das 11 horas, na cotação comercial.
Em casas de câmbio da Grande Vitória, o dinheiro dos EUA já é comercializado por até R$ 5,78, segundo levantamento feito pela reportagem de A Gazeta.
A alta da moeda norte-americana é uma reação a troca no comando da Petrobras feita de uma maneira que não agradou ao mercado. A preocupação é na mudança da política de preços e mesmo o represamento dos valores dos combustíveis.
O general Joaquim Silva e Luna foi escolhido para comandar a companhia na última sexta-feira (18). A informação foi divulgada nas redes sociais antes de ser comunicada ao mercado financeiro. Os papéis preferenciais (mais negociados) da Petrobras chegaram a ser comercializados a R$ 21,54 logo no início desta manhã.
Na última sexta-feira (19), após o anúncio do presidente, a Bolsa de Nova Iorque registrou queda de 15%. No pregão desta segunda (22), as ADRs (certificados de ações negociados no Estados Unidos) já registram queda de 16,41% em relação ao fechamento de sexta-feira, a US$ 8,40 cada, nas negociações antes da abertura do pregão.
A elevação do dólar, que havia encerrado a sexta (19) cotado a R$ 5,38, se dá em função do risco de mais intervenções do governo federal na economia, elevando o temor do investidor. E, segundo o economista e assessor de investimentos da Golden Investimentos, Thomas Giuberti, a tendência é que, no curto prazo, o dólar continue bastante valorizado em relação ao real.
“O que ocorreu nesta manhã é uma reação de curto prazo, mas, ainda assim, uma reação bem nervosa do mercado, que está precificando um aumento do risco-país devido à ingerência do governo na Petrobras. E, elevando o risco-país, inevitavelmente, nossa moeda desvaloriza.”
Ele observa, entretanto, que, até então, o dólar vem orbitando em torno de R$ 5,50 desde janeiro, e não deve ultrapassar em muito essa barreira. O especialista acredita, inclusive, que existe ainda chance de redução da moeda num futuro breve.
Isso porque o último boletim Focus, divulgado nesta segunda (22), projeto que a inflação deve fechar 2021 em alta de 3,82% – variação maior que os 3,62% projetados anteriormente. Essas elevações devem fazer com que o Banco Central precise subir as taxas de juros antes do previsto.
“Por enquanto, o apetite é de dólar mais forte e real desvalorizado, mas, se na próxima reunião do Copom, em 17 de março, o Banco Central de fato subir a taxa Selic, a tendência é que o dólar seja amenizado. Isto é, o cenário agora é um, mas, em pouco tempo, pode ser outro. Tudo depende dessas variáveis.”
Com informações de agências.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta