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Lanche, bagagem, assento gratuito: o que você perdeu nas viagens aéreas

Lanche, bagagem, assento gratuito: o que você perdeu nas viagens aéreas

Os serviços eram oferecidos sem custo pelas companhias aéreas no passado. Agora, tudo isso tem cobrança extra

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 21:12

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Aeroporto de Vitória . (Fernando Madeira)

Dos mimos luxuosos à água. Com o passar dos anos, muita coisa mudou para os usuários da aviação civil. As empresas que trabalhavam com o transporte aéreo ofereciam verdadeiros banquetes e, em alguns casos, até caviar, lagosta e champanhe. Mas, agora, em sua maioria, passaram a ofertar amendoins ou apenas água. Quem viaja de avião hoje tem que se acostumar em pagar pela bagagem despachada, pela marcação de assento e até mesmo, em alguns casos, pela mala de mão embarcada.

Enquanto os mimos aos viajantes diminuíam, o preço da passagem se tornou mais acessível. Assim como o luxo dos pratos servidos, os preços das passagens também eram exorbitantes. A revolução no valor dos bilhetes possibilitou que o número de pessoas voando todos os anos aumentassem e fez da aviação uma alternativa de transporte financeiramente viável para muita gente. 

No início da década de 1950, por exemplo, a demanda por mobilidade crescia, porém, o preço da passagem continuava muito acima do orçamento das famílias. Foi aí que surgiu as passagens turísticas, que custavam 30% menos em relação às tarifas existentes. Mas na lista de cortesia permaneciam chás, café, chiclete e doces, que continuavam gratuitos, assim como a bagagem de até 20 kg.

Naquele mesmo período, as aeronaves começaram a ficar maiores, mais modernas e com o tempo de viagem mais curto. Em meio a esse processo, o serviço de bordo foi mudando gradualmente. Anos depois, surgiu a classe econômica e cada vez mais a demanda por esse meio de transporte aumentava. 

Para que a concorrência desenfreada entre as empresas aéreas não colocasse em risco a segurança e a qualidade dos serviços prestado aos passageiros, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) começou a regular fortemente a indústria e padronizar as empresas. Nesse período, vender mercadorias na classe econômica era proibido.

Os armários a bordo deixaram de existir e a bagagem de mão passou a ser limitada. Além disso, as aéreas começaram a reduzir as suas ofertas de alimentos na classe econômica. Nada mais das refeições ou super lanches, agora no cardápio só havia espaço para sanduíche simples frio, café, refrigerante, suco e água.

BAGAGEM DESPACHADA E ESCOLHA DE ACENTO DEIXARAM DE SER GRATUITOS

E com relação ao assento? Se você está acompanhado, principalmente por crianças, o custo passou a ser praticamente obrigatório. Afinal, você vai deixar seu filho pequeno ao lado de um estranho? Desde julho de 2018, as empresas aéreas começaram a cobrar pela escolha do assento e alteração de voo. Para marcar a poltrona antes da abertura do check-in é preciso pagar uma taxa, que é a partir de R$ 10, à operadora do voo.

Um ano antes, as aéreas já tinham ganhado o direito de cobrar a bagagem despachada e neste ano começou uma inovação dela: o preço dinâmico. Por último, a novidade se tornou a bagagem de mão paga. As low cost, empresas que ofertam serviços a preços mais baixos, trouxeram a modalidade da Europa, permitindo que o passageiro apenas leve uma bagagem pessoal de até 10 kg e proibindo que esta seja a mala de mão.

CONFIRA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NA AVIAÇÃO COMERCIAL

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  • 01

    ALIMENTOS SERVIDOS

    Sim, a comida servida dentro das aeronaves foi o item que teve a maior mudança ao longo da história da aviação comercial. Nas primeiras décadas, até a classe econômica tinha direito à refeição completa. A Varig (foto), por exemplo, que parou de operar no Brasil em 2006 depois de ser vendida à Gol, tinha cozinhas espalhadas por todo o Brasil para oferecer comida fersca em seus voos. Durante as viagens servia até caviar, champagne e lagosta, um verdadeiro banquete. Já a Transbrasil, que encerrou as atividades em 2001, chegou a servir feijoada a bordo. Hoje, nas viagens de curta distância os lanches se resumem, na maioria das vezes, a um pacotinho de amendoim e água. Já nas de longa, a uma bebida e um sanduíche.

  • 02

    Marcação do assento

    Desde julho de 2018, as empresas aéreas começaram a cobrar pela escolha do assento e alteração de voo. Para marcar a poltrona antes da abertura do check-in é preciso pagar uma taxa, que é a partir de R$ 10, à operadora do voo. A marcação só é gratuita para quem marcar com menos de 48 horas antes do voo.

  • 03

    Mala despachada

    Em 2017, as aéreas ganharam o direito de cobrar a bagagem despachada. Desde então, as malas de 20 kg, que eram gratuitas, passaram a ser cobradas. Já neste ano, começou uma inovação dela: o preço dinâmico.

  • 04

    Mala de mão embarcada

    Além da cobrança pela bagagem despachada, agora, alguma companhias aéreas low cost, empresas que ofertam serviços a preços mais baixos, passaram a cobrar pela bagagem de mão levada na cabine no Brasil. Elas permitem, por determinação da Agência Nacional da Aviação (Anac) que o passageiro leve apenas uma bagagem pessoal de até 10kg, proibindo que esta seja a mala de mão. A cobrança é comum entre empresas low cost na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia.

  • 05

    Espaço e inclinação das cadeiras

    Outra mudança foi a comodidade dos assentos. Atualmente, os espaços entre as poltronas ficaram menores e a inclinação das cadeiras também diminuiu. Além disso, se você quiser um pouco mais de conforto, ou compra por espaço extra, ou paga uma passagem de primeira classe.

  • 06

    Wi-Fi a bordo

    Com o avanço da tecnologia, algumas companhias aéreas começaram a disponibilizar para os viajantes Wi-Fi a bordo das aeronaves. Porém, isso não durou muito. Em meados de 2017 elas passaram a cobrar por esse serviço também.

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