Circula nas redes sociais a imagem de uma tabela com horários de funcionamento do comércio que viralizou como sendo parte das novas regras da possível reabertura de atividades econômicas a partir de segunda (4) na Grande Vitória e em outras cidades do Espírito Santo. As informações, no entanto, foram checadas por A Gazeta e são falsas.
Falso para A Gazeta é o conteúdo divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. A imagem traz oito regras diferentes de funcionamento para diferentes segmentos, mas não houve nenhuma definição ainda no Espírito Santo.
No Estado, a retomada do funcionamento do comércio não essencial ainda não foi 100% decidida pelo governo capixaba e está condicionada a manutenção do índice de isolamento acima de 55% e ao número de casos de coronavírus nesta semana.
Os horários constantes na tabela também não batem com as intenções de flexibilização divulgadas pelo governo do Estado. O post diz, por exemplo, que shoppings poderão abrir das 15h às 21h, quando na verdade o horário pretendido pelo governo é de 12h às 20h. A imagem ainda diz que será permita a abertura noturna de bares e restaurantes, o que o governo capixaba também disse não fará agora.
O assunto veio à tona no último dia 25 após o governador Renato Casagrande (PSB) falar que planeja reabrir comércio das cidades com maior grau de risco de contágio pelo coronavírus (Cariacica, Serra, Viana, Vila Velha, Vitória, Alfredo Chaves, Fundão e Bom Jesus do Norte), em dois turnos a partir do dia 4 de maio. O primeiro de 10h às 16h, e o segundo das 13h às 18h.
Apesar desse desejo dos comerciantes e, até mesmo do governo, de reativar as atividades do setor, o secretário de Saúde do Estado, Nésio Fernandes, afirmou na terça (28) que a "abertura do comércio não está garantida".
De acordo com ele, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está avaliando dia a dia a curva de crescimento da contaminação para que o governo possa decidir sobre a liberação da atividade. Ela lembrou que independentemente da reabertura dos estabelecimentos comerciais, o distanciamento social ainda é determinante no enfrentamento à pandemia.
"A decisão não foi tomada. Existe um indicativo de 4 de maio de acordo com a evolução da pandemia. O governo está em debate com os setores produtivos, mas é um caminho que uma hora precisa acontecer. Não podemos viver eternamente fechados. O distanciamento social não é o fechamento do comércio, é mais amplo e íntimo na vida cotidiana das pessoas."
"Na noite de segunda (27), em Jardim Camburi, por exemplo, tinha muita gente aglomerada na rua. Então, há uma falsa polêmica de abrir ou não o comércio porque tem muitas pessoas colocando em risco a vida delas e as de outras por não respeitar o isolamento. O momento ainda é de ficar em casa", continuou o secretário de Saúde.
A reportagem utilizou ferramentas de busca reversa de imagem e pesquisou na internet as informações do post para verificar se a tabela seria de outro Estado ou município, mas não foi encontrado nenhum resultado.
O governo do Espírito condicionou a abertura do comércio ao nível de risco do município onde estão inseridos. Ou seja, quanto mais alto o índice de contágio a cada 100 mil habitantes e menor o número de leitos disponíveis na região, mais restritivas são as medidas que incidem sobre as lojas.
A abertura do comércio da Grande Vitória seria possível após o aumento do número de leitos na região, segundo o secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann. Porém, se isso vir acompanhado de uma explosão de casos nesta semana, a medida será revista. A definição deve sair apenas no final de semana.
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