O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo apresentou queda de 4,4% em 2020, alcançando R$ 138,4 bilhões, sob influência da pandemia do coronavírus, cujos efeitos derrubaram a economia global como um todo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
A redução se deve à queda no volume de riquezas produzidas pelo Estado. Em termos nominais (valores), houve um aumento de aproximadamente R$ 1,1 bilhão em relação a 2019 (R$ 137,3 bilhões), ou 0,8%, por conta da alta de preços generalizada.
Em 2020, o Espírito Santo foi responsável por 1,8% de todas as riquezas produzidas no país — uma ligeira redução em relação ao ano anterior (1,9%).
“No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo perderam participação. O Espírito Santo perdeu porque o petróleo teve queda de preços e porque sua produção de minério ainda não se recuperou após o acidente de Brumadinho (MG), cuja produção era pelotizada e escoada pelo Espírito Santo. O desempenho positivo do café não compensou as perdas em outros setores na economia capixaba”, analisa a gerente de Contas Regionais do IBGE Alessandra Poça.
Os dados mais recentes são referentes a 2020 porque são divulgados com uma defasagem de dois anos. Os dados referentes a 2022, por exemplo, só serão informados em 2024.
Apesar da perda de participação, a economia capixaba manteve a 14ª posição no ranking das Unidades da Federação. Em termos nominais, o PIB per capita, isto é, por habitante, recuou de R$ 34.177, em 2019, para R$ 34.066, em 2020 (-5,5%). Ainda assim, o Estado manteve a nona colocação.
O IBGE destacou que, em 2020, “o desempenho da economia brasileira foi afetado pelas políticas de distanciamento social adotadas em resposta à pandemia do coronavírus, contexto que impactou os resultados das Contas Regionais. Em termos de volume, o PIB capixaba recuou 4,4%, refletindo as variações negativas da Indústria e dos Serviços, que foram atenuadas pela estabilidade da Agropecuária.”
Foi o segundo ano seguido de queda na produção de riquezas pelo Espírito Santo. Em 2019, o PIB capixaba apresentou recuo de 3,8%.
O diretor de Integração do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira, observa ainda que a economia capixaba já sentia os efeitos da pandemia mesmo antes dos primeiros casos de Covid-19 serem registrados no Brasil.
“Ainda no final de 2019, com o surgimento dos primeiros casos de Covid-19, a China começou a adotar as primeiras medidas de distanciamento social em seu território, com rigoroso sistema de lockdown, inclusive fechando indústrias. A economia capixaba já começava a sentir esses impactos, mesmo antes de surgirem casos no Brasil. Isso devido ao grau de abertura da nossa economia, que é o dobro da nacional, e tudo o que ocorre na economia mundial é sentido primeiramente e de forma mais intensa pelo nosso Estado. Além disso, o Espírito Santo ainda sentia, naquele período, os impactos causados pelo desastre de Brumadinho."
Por outro lado, conforme observou o especialista em políticas públicas e gestão governamental do IJSN, Adriano do Carmo Santos, havia a expectativa de um recuo ainda maior nas economia capixaba e brasileira em 2020. Algumas consultorias chegaram a estimar quedas de até 9% no PIB nacional. A queda menos expressiva é atribuída às medidas de contenção adotadas no período pré-vacinação contra a Covid-19.
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