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Economia do mar traz riquezas para a Capital do ES

Economia do mar traz riquezas para a Capital do ES

Cercada pela água, Vitória tem naturalmente atividade econômica que se movimenta por operações portuárias e pela tradição da pesca

Publicado em 11 de setembro de 2021 às 02:00

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Manobra de navio carregado com containers no Porto de Vitória
Manobra de navio carregado com contêineres no Porto de Vitória: primeiro semestre com movimentação 30% superior à de 2020. (Vitor Jubini)

Em meio à correria da região central, navios atracam com diversas cargas e chamam atenção de quem passa na altura do Porto de Vitória. A importância da economia trazida pelo mar vai além das atividades portuárias, passando também pelos pescadores locais, como na Enseada do Suá e na região de São Pedro.

Apenas no primeiro semestre de 2021, foram movimentadas 3,657 milhões de toneladas de cargas no porto, número 30% superior ao mesmo período do ano passado. Um dos termômetros desse aumento é a importação de veículos, na ordem de 42% em relação a 2020.

O segmento de carros é bem característico na cidade, não sendo raro ver caminhões "cegonha" circulando pelas vias de Vitória.

Há, ainda, outras cargas que são muito ligadas ao dia a dia dos moradores, como trigo, eletrônicos, remédios, vinhos e fertilizantes (usados, por exemplo, na produção de soja).

O coordenador de Planejamento e Desenvolvimento da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Leonardo Bianchi, aponta que uma das cargas de maior valor agregado que chegam ao porto são os contêineres, cujo crescimento chega ao patamar de 25% ao ano. Dentro deles, o carro-chefe é o granito (em chapa ou em bloco).

Ele destaca, também, a importação de fertilizantes, na casa de um milhão de toneladas. Bianchi lembrou, ainda, que muito do que está sendo importado de coque de petróleo passa por lá. “Os portos dos terminais especializados não estão dando conta da quantidade de carvão de coque de petróleo, usado na siderurgia. Dessa forma, muitos desses insumos estão vindo para cá.”

IMPORTÂNCIA DO PORTO

Bruno Fardin, diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Codesa, atesta que o Porto de Vitória, ao longo dos seus 115 anos, tem contribuído de maneira significativa para o desenvolvimento capixaba.

“Desde a época do ‘Cais do Imperador’, hoje Cais Comercial, em frente ao Palácio Anchieta, até o moderno terminal de contêineres - o TVV, único do Estado -, o Porto de Vitória tem papel central no recebimento e escoamento de cargas consumidas e produzidas pelos capixabas. Trata-se de um ativo consolidado, em franco crescimento, que através das mais de 7 milhões toneladas movimentadas por ano, gera milhares de empregos e milhões em tributos para o Estado e seus municípios.”

NEGÓCIOS

O Porto de Vitória traz impactos para a cidade de forma muito determinante. Por exemplo, uma nova indústria que vai se instalar na Capital precisa passar seus insumos pelo local ou escoar sua produção por ele. Essa conexão, tanto com a parte industrial quanto no dia a dia das pessoas, pelos produtos desembarcados, é muito evidente.

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Um ponto importante são os inúmeros empregos gerados, não diretamente, mas por um quadro de empresas que giram em torno do porto, como terminais arrendados, agências marítimas, praticagem, operadores portuários, restaurantes e hotéis que atendem os trabalhadores

Raquel Guimarães
Coordenadora de Marketing e Negócios da Codesa
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Há, ainda, segundo Raquel, o fornecimento de alimentos para os navios e a retirada de resíduos com empresas de meio ambiente. "É uma gama de atividades. Todos os portos têm conquistado recorde de movimentação, como Santos e Paranaguá, mas nosso aumento no semestre é um dos maiores no país”, completa.

Leandro Lino, vice-presidente do Conselho Regional de Economia no Espírito Santo (Corecon-ES) e professor no curso de Administração da Faesa Cariacica, observa que Vitória historicamente se apresenta como uma cidade portuária. “A própria conexão histórica de Vitória com as demais regiões do Estado decorre da atividade portuária, que inicialmente ocorria mediante escoamento da produção cafeeira e que hoje é voltado para a exportação e a importação de produtos.”

TRADIÇÃO

Do mar também advém a subsistência de muitas famílias na Capital. A comunidade da Ilha das Caieiras, por exemplo, possui um estreito relacionamento com a pesca. A região é conhecida por abrigar as desfiadeiras de siri, um dos ingredientes principais da tradicional torta capixaba, e restaurantes de culinária típica.

Simone Leal, presidente da Associação de Mulheres Pescadoras de Comunidades Tradicionais e Fomento da Economia Solidária
Simone Leal tira seu sustento do mar há 30 anos, uma atividade que atravessa gerações em sua família. (Rodrigo Gavini)

Presidente da Associação de Mulheres Pescadoras de Comunidades Tradicionais e Fomento da Economia Solidária, Simone Leal tira seu sustento do mar há 30 anos, uma atividade que passa de geração em geração e que começou com sua tia, Felicidade Correa dos Santos, que dá nome a uma tradicional rua da região.

“Vim de Vila Velha ainda nova e, aos 11 anos, aprendi essa arte. É uma tradição bonita, e gosto muito de fazer. Além disso, esse trabalho tem uma grande responsabilidade, de forma a manter a tradição da Ilha das Caieiras. Nossa atuação ajuda a fomentar a economia de Vitória, pois os restaurantes acabam vendendo o que tratamos aqui. Não desfiamos apenas siri, mas, também, lidamos com camarão, sururu e ostra”, descreve Simone.

Clique na imagem abaixo e acesse revista interativa em homenagem aos 470 anos de Vitória

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