Com um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, um processo eleitoral brasileiro e um controle do quadro da pandemia no Brasil, economistas e executivos de São Paulo e do Espírito Santo apontaram alguns cenários econômicos para este e o próximo ano: dólar pode variar de R$ 5,10 a R$ 6, enquanto que a taxa de juros Selic pode oscilar entre 13% e 14,25%, a depender muito do preço do barril de petróleo.
Essas e demais projeções foram apresentadas durante a reunião do Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Estado (GPAEES), na última quinta-feira (17), que contou com a participação da economista-chefe da Rosenberg Associados e economista-sênior da LCA Consultores, Thais Zara; do economista e sócio-diretor da LCA Consultores, Fernando Sampaio; do presidente do Instituto Brasileiro de Executivo de Finanças (Ibef-ES); do diretor de Finanças, Estratégia & Riscos e Tecnologia da Informação da ArcelorMittal Tubarão, Paulo Wanick; e do diretor de Negócios do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Marcos Kneip Navarro.
Em um cenário considerado “base”, os economistas apontam o dólar a R$ 5,10 (2022) e a R$ 4,82 (2023), com Selic de 13% e de 10%, além de um crescimento do PIB que pode chegar a 1% no final de 2023. Eles pontuaram que esse cenário seria composto por um quadro político com pouco avanço em reformas e gastos eleitoreiros, volatilidade do processo eleitoral e comprometimento fiscal da candidatura vencedora.
“O mais importante é a gente entender que a taxa de juros próxima de 13% vai ficar parada por bastante tempo, afetando nossas perspectivas de crescimento”, explicou Thais Zara, ao pontuar o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e o impacto das medidas na economia brasileira, visto que os papéis norte-americanos se tornam mais atrativos.
Num cenário adverso, os números não são animadores: dólar que pode chegar a R$ 6 (2022) e R$ 6,20 (2023), juros que atingem a máxima de 14,25% em 2022, com queda de PIB de 1,6% também em 2022 e menos de 1% de crescimento no ano seguinte.
“O que vai definir nosso cenário futuro é basicamente o quadro político: é o quanto sairá desse processo eleitoral um governo que condense o mercado e tenha base política para atacar o problema da perda de credibilidade da dívida pública, para sinalizar que está tomando previdências para não caminhar para um quadro de inadimplência. O estímulo para que o vencedor da eleição busque esse caminho é grande porque o prêmio é grande: queda do dólar, queda da inflação e perspectiva de crescimento. Se não tivemos sucesso nessa transição política de dar origem a um governo que consiga amarrar esse cenário, aí entramos em um quadro complicado. Ficará mais difícil sair da recessão e crescer”, reforçou o economista Fernando Sampaio.
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