O desemprego continua a avançar no Espírito Santo, sob efeitos da crise provocada pela pandemia e da redução do valor do auxílio emergencial. Há 253 mil trabalhadores desocupados no Estado. Esse número representa uma taxa de desemprego de 12,9% a maior desde setembro de 2017, segundo dados da Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad Covid) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (23).
No Brasil, a taxa de desocupação já está em 14%, a maior da série histórica do IBGE. São 13,5 milhões de desempregados um avanço de 33,1% desde o início da pesquisa, em maio (10,1 milhões).
No Estado, em maio, a taxa de desocupação era de 9,6%. À época, havia 189 mil desocupados no Estado. Foi registrado um avanço de 25,6% na taxa de desocupação no período. Já na comparação com agosto, quando a taxa já havia alcançado 12,6%, o crescimento foi de 2,3%.
Essa alta, por um lado, pode estar relacionado ao aumento do número de pessoas que voltaram a buscar emprego, principalmente em função das medidas de flexibilização das atividades econômicas e também da queda do valor pago de auxílio emergencial, que caiu de R$ 600 para R$ 300.
Em setembro, 241 mil pessoas não ocupadas deixaram de procurar trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, embora quisessem trabalhar. Em agosto, havia 257 mil trabalhadores nessa situação. A tendência de queda é observada desde julho (281 mil). Isso mostra que as regras menos rígidas de isolamento e também a redução dos benefícios assistenciais da pandemia estão levando os profissionais a novamente buscarem oportunidades no mercado de trabalho.
Com o retorno das atividades e com a retomada gradual das contratações, também houve aumento no número de pessoas ocupadas no Estado. No mês passado, pelo menos 1.715.000 de pessoas estavam empregadas. Em agosto, eram 1.707.000. Isto é, cerca de 8 mil capixabas voltaram a ter uma fonte de renda formal ou informal.
Por outro lado, também houve uma ligeira expansão na informalidade. Das pessoas ocupadas no Espírito Santo, 572 mil são informais. No mês anterior, eram mil trabalhadores a menos nessa situação. A taxa de informalidade, entretanto, tem se mantido estável. Desde maio, manteve-se em 2,9%, com exceção de junho, quando reduziu para 2,7%.
O aumento no número de pessoas em busca de emprego também pode estar ligada à diminuição da cobertura do auxílio emergencial pago pelo governo federal a trabalhadores informais, entre outras categorias mais fortemente afetadas pela crise.
Em setembro, ao menos um membro de 624 mil (45,1%) lares capixabas recebeu o benefício. Em agosto, eram 627 mil (45,3%). Há de se considerar ainda que, desde o mês passado, o valor do benefício foi reduzido pela metade.
Quem antes recebia R$ 600, passou a receber R$ 300. Já as mães chefes de família, isto é, provedoras de família monoparental, que, pela regra, tinham direito a duas cotas do benefício, tiveram o auxílio reduzido de R$ 1.200 para R$ 600.
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