Um cenário econômico considerado bom e uma perspectiva de crescimento para 2024 puxado pelo consumo e exportações mais queda na taxa de juros. Essa foi a avaliação da economia do Brasil apresentada pelo diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e pelo diretor de estratégia econômica e relações com mercados do Banco Safra e ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, durante evento em Vitória nesta quinta-feira (9).
Os economistas participaram do painel "Cenário Macro Brasil", do 11º Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã.
Galípolo falou sobre o comportamento da economia do país e do que motivou o ciclo do corte de juros que já vem acontecendo desde as últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). E o banco já sinalizou queda de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros.
O comportamento da inflação e o crescimento econômico foram apontados como fatores para esse cenário considerado bom, enquanto o contexto internacional passou a ser considerado ainda mais desafiador. Galípolo lembrou que já tinha essa expectativa de cenário nacional melhor quando ainda estava no Ministério da Fazenda — antes de ser indicado ao Banco Central — e ressaltou que essa conjuntura acabou se confirmando.
"Isso tudo permitiu que o Copom pudesse iniciar um ciclo de corte numa velocidade que a gente permite, simultaneamente, ajustar o nível de contração de política monetária", ressaltou.
Joaquim Levy também se mostrou otimista com a economia brasileira, destacando que a política monetária está dando resultados. E começou sua fala apresentando dados sobre a economia dos Estados Unidos e falou que o cenário está favorável ao Brasil, com a perspectiva de que a moeda brasileira não vai desvalorizar.
Sobre o ano de 2023, que deve fechar com crescimento de 3%, destacou que a grande surpresa foi o agro, que ajudou o consumo. Na sua avaliação, como o preço da comida caiu, junto a outros produtos, acabou sobrando mais dinheiro para a população, o que motivou o aumento do consumo. E acrescentou que a queda na taxa de juros também contribuiu para o cenário favorável.
A partir desse quadro, ele ressaltou que, quando as taxas de juros caem, as vendas sobem. Por isso, a perspectiva para o próximo ano, com a promessa de redução gradual da taxa de juros pelo Banco Central, a expectativa é ver uma economia avançando puxada pelo consumo. Na sua avaliação, o país deve continuar crescendo em 2024, puxado também pelas exportações, principalmente se a taxa de juros chegar a 9% no final do ano.
"Quando a taxa de juros cai, a confiança dos empresários aumenta e, quando a confiança do empresário sobe, você vai ver mais investimento", frisou Levy.
Outro ponto positivo destacado por ele é o salário médio do país aumentando. Para ele, isso é efeito da força de trabalho do país mais qualificada, com mais pessoas com nível superior e ensino médio completo.
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