Em janeiro, o Espírito Santo registrou o maior número de abertura de empresas em 15 anos. No primeiro mês de 2024, foram 1.690 novos registros, o que equivale ao surgimento de mais de duas empresas por hora no Estado e também a um crescimento de 20% em comparação a janeiro de 2023, quando foram criados 1.407 empreendimentos.
O número total também foi o maior, se observada a série histórica de registros de empresas desde 2010, assim como o aumento percentual foi o mais expressivo, tendo em vista que, nos últimos cinco anos, o maior crescimento comparativo havia sido de 17,4%, de 2020 para 2021. Os dados constam nos registros na Junta Comercial.
Só na Grande Vitória, foram 1.010 novas empresas. Vitória lidera a lista na Região Metropolitana e no Espírito Santo, com 347 registros, seguido por Vila Velha, com 260 e Serra, com 206. Cariacica fica em quarto lugar, com 129 aberturas.
O levantamento da Junta Comercial aponta, ainda, que as atividades econômicas que mais tiveram abertura de novas empresas foram nas áreas de saúde, como consultórios médicos e odontológicos, serviços de engenharia e serviços administrativos. (confira lista completa abaixo)
Na Junta Comercial, são registradas empresas do tipo sociedades empresariais (LTDA e S/A), empresário individual – não MEI –, cooperativa, consórcios e grupos de empresas. O MEI é registrado diretamente no Portal do Empreendedor, portanto não consta no levantamento da Junta Comercial.
Os municípios que mais tiveram novos negócios são:
Principais atividades econômicas
Considerando a série histórica, um dos pontos de destaque está relacionado à natureza jurídica, mais precisamente a de Empresário Individual, que tem decrescido ao longo dos anos em análise feita pela Junta Comercial do Espírito Santo. Se, em 2010, o número de registros era de cerca de 45% do total – 549 registros dos 1.221 –, em 2024, esse percentual caiu para 11,5% – 165 de um total de 1.690.
Várias são as causas relacionadas a esse indicador, como explica a analista de Registro Empresarial da Jucees, Grazielli Demo. A primeira delas se deve ao crescimento do enquadramento como Microempreendedor Individual (MEI), que, com mais vantagens tributárias e menos exigências contábeis, tem sido a preferência na escolha de quem quer abrir uma empresa e cumpre os critérios.
“A opção pela natureza jurídica Empresário Individual, na verdade, perdeu o sentido por ela não ter benefícios tributários e contábeis e ter a desvantagem de, no caso da execução de dívida, o empresário individual ter seu patrimônio exposto, ou seja, seus bens são utilizados para quitação”, pontua a analista Grazielli Demo.
A alternativa mais segura tem sido a opção pela Sociedade Limitada, que passou a admitir um sócio, oferecendo personalidade jurídica com a segurança da proteção dos bens na execução de dívida.
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