O governador Renato Casagrande anunciou nesta terça-feira (16) novas medidas de restrição para as atividades econômicas em todos os municípios do Espírito Santo. A iniciativa, que vai ser implantada entre os dias 18 e 31 de março, preocupa representantes de diversos segmentos do Estado.
As atividades que foram consideradas essenciais, como assistência à saúde, mercados, farmácias, indústria, segurança pública, atividades agropecuárias, entre outras, podem funcionar normalmente, exceto aos domingos e feriados. Já bares, restaurantes, academias e outras atividades consideradas não essenciais devem permanecer fechadas durante o período de 14 dias.
O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Wagner Junior Corrêa, afirma que o setor varejista encara com muita preocupação as medidas anunciadas. Segundo ele, as restrições têm muito foco no serviço e no comércio do varejo.
Para o presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Espírito Santo (Sindbares - ES), Rodrigo Vervloet, o setor é o que mais vem sofrendo com as restrições adotadas durante a pandemia. "As medidas exigem um sacrifício do setor, o que é compreensível. Mas é preocupante que as restrições voltem para o setor sem medidas compensatórias. Os bares e restaurantes pagaram um preço muito mais alto do que os outros setores", observa.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) também demonstra preocupação com as atividades do setor afetadas. Agora, a expectativa é que o governo de Estado tome medidas para apoiar os comerciantes.
"Aguardamos as medidas e legislações do governo do Estado com as vertentes econômicas, que se tornam essenciais nesse momento para superar a situação e buscar condições de retomada diante dos inevitáveis prejuízos devido à adoção de medidas restritivas", informa a entidade, em nota.
A Associação das Academias de Ginástica do ES (Acages) avalia que os estabelecimentos, bem como os profissionais da educação física, deveriam ser classificadas como atividade essencial. Segundo o presidente da entidade, Carlos Andrião, as atividades físicas são importantes inclusive para recuperar a qualidade de vida e o vigor de antes da doença.
"Pedimos ao governo que olhe de forma mais cuidadosa para essa situação, e flexibilize o funcionamento das academias e atuação dos profissionais da educação física, mesmo que baseado no regramento de funcionar com apenas 5 alunos a cada 75m² por hora, sem aulas coletivas", pontua.
Já as atividades industriais podem permanecer funcionando, sem restrições. A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, argumenta que a flexibilização se deve graças às medidas tomadas pelo próprio setor que permitiu baixos índices de contaminação pelo coronavírus.
Contudo, mesmo com a indústria funcionando, a presidente afirma que o setor também é afetado pelas restrições.
Grandes empresas do Estado, como ArcelorMittal Tubarão e Vale, também se manifestaram sobre as medidas anunciadas. A Arcelor informa que tem acatado as orientações das autoridades de saúde, e adota o trabalho remoto para os profissionais da área administrativa. Já para os empregados que trabalham presencialmente, o uso de máscara é obrigatório e o transporte é feito em frota contratada, para evitar a contaminação.
A Vale também reforça as medidas que já vem tomando desde o início da pandemia, como a triagem diária e testagem em massa, além do trabalho remoto para todas as funções elegíveis e para empregados dos grupos de risco aumentado para a Covid-19.
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