Apesar dos desafios - proximidade das eleições, inflação alta, taxa de juros elevada -, o avanço da vacinação e os esforços para melhorar o ambiente de negócios são motivos de otimismo para lideranças do Espírito Santo, que compareceram ao primeiro dia do Vitória Summit, evento organizado pela Rede Gazeta, nesta quarta-feira (24).
Não obstante, consideram que empresas e governos precisarão, cada vez mais, adotar práticas que visem o crescimento econômico e financeiro de forma sustentável, e com atenção ao âmbito social.
“Acho que ninguém pode pensar no Brasil, olhando mais para frente, sem responsabilidade econômica, fiscal, respeito às instituições e atenção ao desenvolvimento sustentável”, avaliou o presidente do Grupo Águia Branca, Renan Chieppe.
Atualmente, a empresa, por exemplo, trabalha na implementação de seu primeiro projeto voltado à geração de energia: a AB Energias Renováveis, que é um consórcio formado pelas empresas do Grupo localizadas nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, e tem a finalidade de gerar energia solar (um tipo de energia limpa).
A energia gerada pelas usinas será injetada nas redes de distribuição da EDP (ES) e da Cemig (MG), gerando créditos de compensação nas faturas de 98 unidades consumidoras localizadas em diversas cidades desses estados.
O presidente da Unimed Vitória, Fernando Ronchi, observa que a pandemia trouxe mais desafios às pessoas e organizações, “forçou” transformações. O período atual, na visão do executivo, é de transição, e é essencial que haja uma reflexão sobre o novo mundo que se desenha.
“É fundamental refletirmos sobre as novas possibilidades e os caminhos a serem seguidos, sempre pensando em inovação e sustentabilidade. Lideranças de todos os setores precisam mais do que nunca estar atentas a esse novo mundo que se desenha. A economia não é mais a mesma, a sociedade não é mais a mesma. E nós também não somos mais os mesmos.”
Quem já se mobiliza nesse sentido é a Suzano, que, segundo o presidente Walter Schalka, tem como compromisso social retirar 200 mil pessoas da pobreza, até 2030, criando renda sustentável nas comunidades onde a empresa atua.
Na avaliação de Schalka, o desenvolvimento do Espírito Santo, que também tem potencial significativo para os próximos anos, tem a ver com integração de cadeias e a parte logística sendo bastante competitiva.
"Temos uma responsabilidade geracional inexorável. Primeiro, a mudança climática tem a ver com transição energética, e o Espírito Santo não tem matriz tão limpa e tem que investir bastante nisso. É um potencial de negócio para os próximos anos", ressaltou.
O presidente da Suzano falou ainda sobre metas estabelecidas pelas empresas para maior participação feminina e de negros em cargos de liderança, estimulando a diversidade e a inclusão. "Essa é uma agenda não competitiva, e sim colaborativa que temos que fazer, tanto na área ambiental quanto social. Não estamos competindo, mas trabalhando juntos na construção de uma agenda ambiental e socialmente melhor.”
Essa contribuição com a sociedade também foi destacada no evento por Jorge Oliveira, CEO do segmento de Aços Planos da ArcelorMittal na América do Sul.
"Nós temos vivido momentos de grandes desafios e transformações que exigem de todos nós adaptações e uma contribuição efetiva para o fortalecimento da economia e para promoção do desenvolvimento e da qualidade de vida dos capixabas".
A adequação às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, pela sigla em inglês) também tem feito parte da rotina do Sicoob Espírito Santo.
O presidente da instituição, Nailson Dalla Bernardina, destaca que o Sicoob está construindo um completo de usinas em Conceição da Barra que, muito em breve, permitirá que 100% das agências recebam energia limpa e renovável.
"Isso é previsto já para agora, para a primeira semana de dezembro. Além disso, há várias outras ações, como o programa Prevenir, por meio do qual, no mês de outubro, atendemos mais de 10 mil mulheres com exames de mamografia. Já neste momento, mais de 6 mil exames de PSA estão sendo realizados, e em muitos municípios nós diminuímos ou praticamente zeramos a fila de espera desses exames. Nós somos uma empresa de impacto social."
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que também acompanhou a abertura do evento, observou que as perspectivas para 2022 são extremamente favoráveis, tanto a nível estadual quanto municipal.
“Acertamos na vacinação, nosso primeiro desafio, e isso nos dá hoje fôlego para a retomada segura, gradual, e eu tenho certeza que a economia do Espírito Santo, especialmente de Vitória, já dá respostas hoje favoráveis à nossa população. Em Vitória, por exemplo, tivemos a regulação do marco legislativo que hoje permite o empreendedorismo com responsabilidade social e sustentável, respeitando o meio ambiente. E acho que esse, entre outros elementos, permitirão que tenhamos uma volta forte no ano que vem.”
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