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Empresas capixabas buscam profissionais mais hi-techs e humanos

Empresas capixabas buscam profissionais mais hi-techs e humanos

Mercado procura trabalhadores que dominem novas tecnologias e tenham bem desenvolvidas habilidades que os diferem das máquinas, como senso crítico e criatividade

Publicado em 29 de dezembro de 2024 às 08:26

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Profissionais criativos e inovadores são mais valorizados pelas empresas
Profissionais criativos e inovadores são mais valorizados pelas empresas. (Pixabay)

O desenvolvimento de tecnologias cada vez mais avançadas está mudando a dinâmica do mercado de trabalho no Espírito Santo. Se por um lado as empresas buscam profissionais que estejam aptos a lidar com máquinas inteligentes, por outro, valorizam perfis com habilidades humanas, como senso crítico e criatividade.

A demanda agora é por profissionais preparados para lidar com as novas ferramentas e processos de transformação digital, com alto nível de adaptabilidade, pensamento analítico e capacidade de inovar. Contudo, a formação de especialistas com esse perfil ainda não acompanha a velocidade das novas exigências, criando uma lacuna entre as necessidades das empresas e a disponibilidade de talento.

Com a expansão dos setores de tecnologia no Estado, impulsionada por incentivos públicos e investimentos privados, as empresas têm buscado especialistas nas áreas de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquinas, sustentabilidade, inteligência de negócios e segurança da informação.

O maior crescimento de oportunidades é esperado nos setores de educação, agricultura e comércio digital, segundo o relatório do Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial. O levantamento mostra ainda que 23% das profissões mudarão até 2027, com 69 milhões de empregos criados e 83 milhões eliminados.

Cosme Péres, conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Espírito Santo (ABRH-ES), explica que atividades operacionais podem ser substituídas por máquinas e inteligência artificial. Nesse cenário, vai se destacar o profissional que investir no desenvolvimento de competências exclusivamente humanas.

“A transformação digital nas empresas e, consequentemente, no mercado de trabalho, faz com que as pessoas ocupem menos funções operacionais, que passam a ser preenchidas por máquinas e recursos de inteligência artificial. Isso faz com que os trabalhadores assumam funções mais estratégicas, que exigem senso crítico, criatividade e inovação”, analisa Péres.

Cosme Peres, Superintendente de Pessoas e Serviços
Cosme Péres, conselheiro da ABRH. (Fernando Madeira)

Apesar das mudanças, não é preciso temer o desemprego. Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, a adoção de tecnologia e o aumento do acesso digital criarão um crescimento líquido de empregos. Ou seja, o número de vagas para profissionais com competência técnica e habilidades comportamentais em empresas se expandirá.

O diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Rodrigo Varejão, aponta que entre os setores mais promissores no mercado — e mais difíceis de encontrar mão de obra especializada — estão os de transição energética, ecologia e digital.

“Temos atividades de pesquisa e inovação em todas as áreas de conhecimento, mas o potencial do Espírito Santo se destaca na agricultura e na logística, além de outros três eixos promissores. Nas áreas de transição energética, digital e ecológica, temos trabalhado com o desenvolvimento de fontes renováveis, promoção de tecnologia no campo e nas indústrias, no processamento e valorização de resíduos, com tratamento adequado e sustentável, que traz benefícios econômicos e sociais”, detalha.

Para suprir a demanda nesses e em outros setores, o governo estadual tem investido na formação de profissionais em nível superior, por meio da Universidade Aberta Capixaba (UnAC). São 9 mil alunos em cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado em inteligência artificial, engenharias, cidades inteligentes, logística, matemática, entre outras áreas de formação.

Os estudantes capixabas também podem fazer graduação com bolsas de até 100%, por meio do programa Nossa Bolsa. Por meio dessa parceria entre o governo do Estado e mais de 30 faculdades privadas, mais de mil alunos se formam por ano, o que representa um investimento superior a R$ 47 milhões.

O Espírito Santo também investe em qualificação de nível técnico com cursos profissionalizantes gratuitos, presenciais e on-line por meio do Qualificar ES. Ao todo, são mais de 70 capacitações, em áreas como Informática, Assistente de Logística, Estratégia de Negócios, Gestão Financeira Empresarial, Marketing Digital e outros, que alcançam mais de 100 mil pessoas matriculadas por ano.

O programa de Bolsa Técnica, uma parceria entre o governo estadual, o Sesi e o Senai, também oferece capacitação gratuita em Elétrica, Mecânica, Segurança do Trabalho, Logística, entre outros setores. Além disso, o Estado conta com Centros de Educação Técnica nos municípios de Vila Velha, João Neiva e Vargem Alta.

O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), Bruno Lamas, ressalta que os programas de qualificação profissional tentam incentivar a todos a buscarem capacitação. “Nos programas, buscamos incentivar todos os públicos, principalmente aqueles que estão socialmente vulneráveis, facilitando a locomoção e oferecendo formação gratuita, para motivar e mostrar que vale se especializar”, ressalta. 

Bruno Lamas
Bruno Lamas, secretário da Secti. (Ascom/Secti)
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Nossa missão é abrir frentes de qualificação específicas para as realidades da indústria, do comércio e do setor produtivo capixaba. Por isso, é importante o diálogo das empresas que buscam mão de obra com o governo do Estado.

Bruno Lamas
Secretário da Secti
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Profissões em alta

O Fórum Econômico Mundial listou as profissões mais promissoras para os próximos anos e as carreiras que devem desaparecer. O estudo também aponta as habilidades que serão mais exigidas pelo mercado de trabalho brasileiro.

PROFISSÕES MAIS PROMISSORAS

Estudo aponta habilidades que serão exigidas dos profissionais do futuro
Estudo aponta habilidades que serão exigidas dos profissionais do futuro. (Pixabay)

PROFISSÕES QUE PODEM DESAPARECER

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HABILIDADES VALORIZADAS PELO MERCADO

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