Em um novo momento do mercado, mais aquecido, empresas do Espírito Santo projetam expansão, investimentos em novos produtos, renovação de estruturas. Os planos abrangem negócios nas mais diversas áreas, passando pelos setores de alimentos, saúde, construção civil, supermercadista e de transportes — somente para citar alguns — e começam ainda em 2023. Também há previsão de abertura de postos de trabalho.
Esse foi o cenário apresentado por empresários que participaram, na noite desta quinta-feira (29), da festa de premiação do 31º Recall de Marcas A Gazeta, evento que celebra as empresas mais lembradas pelo público em seus segmentos, após uma pesquisa de opinião realizada pelo instituto Futura Inteligência.
Eduarda Buaiz, vice-presidente da Buaiz Alimentos, contou que o grupo recentemente comprou um novo terreno, situado nas imediações da Avenida Darly Santos, em Vila Velha, onde serão construídos galpões e silos para armazenagem do trigo. É uma área de 35 mil metros quadrados, na qual foram investidos cerca de R$ 20 milhões para aquisição.
Ela explicou que, atualmente, todo o trigo do grupo é importado da Argentina, chega pelos portos e é armazenado em silos alugados. Com o novo terreno, a ideia é ter uma estrutura própria de estocagem.
"Desde 2016, temos feito vários investimentos. Começou com um plano que atingiu cerca de R$ 80 milhões, mas a gente não para. Estamos buscando sempre inovar e trazer, não só investimentos em construção, mas também novos produtos", ressaltou Eduarda.
A vice-presidente da Buaiz Alimentos acrescentou que ter a área própria de armazenagem é mais um avanço. "Para nós, representa muito. Esperamos melhorar todo o funcionamento, poder comprar mais trigo, fazer armazenagem a mais longo prazo, mantendo o trigo sempre com muita qualidade, com equilíbrio de preço. Os benefícios são inúmeros. Podem vir novos produtos também, mas ainda não posso falar o que vem pela frente."
A fase atual é de elaboração de projeto, mas a perspectiva de Eduarda é que as obras possam começar em 2024. A nova estrutura tem um custo estimado em R$ 40 milhões.
Ainda no segmento de alimentação, a Chocolates Garoto também tem planos altos de investimento. Há cerca de duas semanas, a empresa anunciou um aporte de quase meio bilhão de reais, cuja aplicação foi detalhada na festa pelo diretor Michey Piantavinha.
"Esse investimento vai levar a gente a desenvolver novos produtos, a modernizar nossa planta industrial, que hoje é a maior da América Latina, e também aproveitar para trazer um pouco do formato da indústria 4.0 para a nossa planta. É uma planta de 94 anos que vem se modernizando dia a dia, e com esse aporte importante, esperamos colocá-la em conectividade com o consumidor, nosso maior objetivo."
Questionado se a atual fábrica, situada na Glória, em Vila Velha, tem espaço para crescer, Piantavinha diz que sim, mas explicou que há uma área próxima, que também deverá servir para a ampliação da estrutura.
"Pretendemos ali ampliar a fábrica. Na planta atual, todo rearranjo de engenharia necessário é feito para que a gente possa inserir as melhores práticas, com linhas de produção mais eficientes, mais tecnológicas e assim continuar avançando no portfólio de produtos que sempre foi a marca da Chocolates Garoto."
O diretor da empresa afirmou que, com os novos investimentos, é esperada a abertura de 800 vagas de emprego, diretas e indiretas, de agora até outubro de 2024, quando deverão ser concluídas todas as intervenções previstas com os recursos anunciados.
O grupo de farmácias Farmes planeja, até o fim do ano, chegar a 40 novas lojas abertas. No primeiro semestre, já foram 15, e as demais estão previstas para municípios do interior do Espírito Santo, ainda não contemplados com unidades, como São Mateus e Barra de São Francisco, e também no Sul da Bahia.
O avanço para o mercado baiano, explicou o diretor de marketing Marcelo Frisso Santos, baseia-se na percepção de que há baixa concorrência. "Por lá, é mais deficitário e conseguimos entrar mais fácil", pontuou.
A primeira unidade será aberta em Eunápolis, e a previsão é que, até dezembro, somem 10 no Estado vizinho. "Ao todo, planejamos investir R$ 20 milhões com as 40 novas lojas", pontuou o diretor-presidente, Braz Luiz Bosi.
A Unimed Vitória tem entre os seus principais projetos a expansão do Hospital Unimed. A proposta é reunir as unidades próprias da cooperativa, como a Maternidade, o Centro de Especialidades e a Unimed Diagnóstico em um só lugar, dando origem, efetivamente, ao Complexo Integrado de Atenção à Saúde (Cias). Para tanto, foi adquirida uma área anexa à unidade, para onde a estrutura poderá crescer.
"Esse é um ano desafiador para o segmento de saúde, mas com eficiência de gestão e foco em inovação nós vamos superar os obstáculos", afirmou Dejair Cordeiro, Diretor de Mercado da Unimed Vitória.
A rede de supermercados Extrabom faz uma projeção de investimentos um pouco mais longa, com a perspectiva de alcançar a seguinte meta: 50 lojas do grupo até 2025. O gerente de marketing e e-commerce Yuri Corrêa contou que, após a recente aquisição das duas lojas do Super Faé, em Vila Velha, agora faltam sete unidades para que a empresa consiga cumprir o que se planejou.
Yuri pontuou que já estão mapeadas áreas para investimento, a princípio todas na Grande Vitória, mas não negou a possibilidade de o grupo Extrabom aportar em municípios para além dos limites da Região Metropolitana. Ainda em 2023, será aberta uma unidade do Extraplus, na Praia do Canto, em Vitória, para a qual logo serão abertas vagas de trabalho. As demais unidades, disse o gerente de marketing, deverão ser implementadas nos próximos dois anos.
A construtora Morar também projeta novas unidades, mas de habitação, para atender à demanda de clientes. A empresa está na fase final de aprovação de projetos e a previsão é fazer lançamento dos produtos, localizados em Vila Velha e na Serra, no segundo semestre.
"Estou muito confiante e animado que o setor imobiliário, com a expectativa do início da queda de juros, tenha um reflexo positivo no mercado", pontuou Rodrigo Almeida, presidente do conselho administrativo.
Após o período crítico da pandemia da Covid-19, que afetou fortemente a cadeia de suprimentos para a construção civil, Rodrigo observou que, no momento, há maior previsibilidade de custos e prazos, permitindo o desenvolvimento de novos projetos.
Rodrigo disse que 2023 começou registrando queda nas vendas e nos lançamentos do setor de maneira geral, muito em função da pressão da inflação que elevou os preços dos imóveis. Agora, porém, o mercado passa a ser mais favorável, com os estoques equilibrados e a perspectiva da redução da taxa Selic.
O presidente do conselho administrativo da Morar está também na expectativa de as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, com oferta de um subsídio maior do governo federal e redução dos juros a partir de 7 de julho, contribuam para a movimentação do mercado.
"Nesse momento inflacionário, em que o valor (do imóvel) subiu muito, infelizmente parte da população perdeu poder de compra. Então, é importante a mudança que a gente tem no programa, porque pode trazer de volta parte desse público", opinou.
Nos investimentos previstos para este ano também há espaço para renovação, como a que o Grupo Águia Branca planeja para a sua frota de ônibus. Thiago Chieppe Juffo, diretor comercial da viação, adiantou que há um movimento nessa direção para ser implementado no segundo semestre.
"Nossos investimentos mais claros para este ano de 2023 estão concentrados na renovação e atualização da nossa principal entrega ao cliente: a nossa frota. Cada vez mais vamos levar modernidade, tecnologia e segurança para nossos clientes através da renovação e aquisição de ônibus. Ainda não posso divulgar os números detalhados, mas haverá um movimento de aquisição, que vai beneficiar muito nossos passageiros, principalmente no Estado", ressaltou.
Para esse projeto, não há previsão de abertura de vagas, porém, segundo Thiago Juffo, a partir de agosto a viação Águia Branca começa o planejamento de fim de ano, quando aumenta a demanda por viagens rodoviárias, e para atender melhor o público, haverá contratações.
Versão anterior desta matéria informava alguns investimentos da Unimed Vitória. No entanto, a pedido da cooperativa, os dados foram retirados para serem reavaliados antes da divulgação ao público.
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