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Empresas do ES se adaptam para fabricar máscaras, protetores e respiradores

Empresas do ES se adaptam para fabricar máscaras, protetores e respiradores

Para ajudar no enfrentamento do coronavírus, indústrias de diferentes segmentos se unem para fornecer equipamentos que o governo do Estado vai precisar. Projeto aceita doações

Publicado em 4 de abril de 2020 às 19:34

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Indústrias vão se unir para fabricar 4 mil protetores faciais por dia no ES
Indústrias vão se unir para fabricar 4 mil protetores faciais por dia no ES. (Divulgação | Findes)

Em meio à curva crescente de casos da covid-19 no Espírito Santo, diferentes ações de solidariedade estão sendo realizadas para ajudar no combate à doença. Além da contribuição por meio de doações e voluntariado, uma iniciativa do setor industrial capixaba pretende contribuir fazendo a produção local de equipamentos necessários, como máscaras, protetores faciais e até ventiladores pulmonares.

Empresas do ES se adaptam para fabricar máscaras, protetores e respiradores

Batizado de "Indústria do Bem", o projeto une fábricas de diferentes segmentos como do ramo metalúrgico e de fabricação de plástico, por meio de uma organização da Findes, a entidades como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Senai. 

Segundo o vice-presidente da Findes e professor da Ufes, Luciano Raizer Moura, o trabalho já começou com a produção de insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs) de acordo com as demandas do governo do Estado para enfrentar o novo coronavírus, como álcool e sabonete, luvas e máscaras e ainda máquinas como respiradores e câmeras termográficas (veja a lista completa no final da matéria).

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Muitas empresas querem ajudar o governo neste momento, mas não sabiam como fazer. Elas procuravam a Findes para doar dinheiro e materiais e vimos até vários grupos se organizando para imprimir aqueles protetores faciais. Fomos ao governo e perguntamos o que ele precisava de materiais e equipamentos. E nos organizamos a partir disso, para quem puder doar ou produzir. A relação [do que é preciso] é enorme. Só para ter uma ideia, será preciso de 1 milhão de litros de álcool

Luciano Raizer Moura
Vice-presidente da Findes e professor da Ufes
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Uma das ações que já teve início é de produção de 150 mil protetores faciais, que serão doados pela indústria capixaba ao Estado para atender a todos os 80 mil profissionais do sistema de saúde capixaba (incluindo dos municípios) ao longo de todo a ação de enfrentamento da pandemia.

Essa ação tem participação de muitas empresas, como ArcelorMittal Tubarão, Plastin, Fibrasa, LBRX, Geocontrol e Grafitusa, além do Senai e da Ufes. 

"Cada uma faz uma coisa. A Ufes fez o projeto, uma empresa doou um tipo material, outra forneceu outro. Aí uma corta e depois finalizamos. Vamos produzir 4 mil protetores por dia com essa união, que é um EPI muito necessário para os profissionais de saúde", conta Luciano.

Protetores faciais produzidos serão doados ao Estado e repassados para profissionais de saúde. (Divulgação | Findes)

Outra ação que já está sendo pensada é a fabricação de máscaras, para a sociedade e também para profissionais da saúde.

"Vamos fazer uma produção em massa de máscaras para proteção da comunidade. Não serão máscaras cirúrgicas, mas para ajudar na proteção comunitária. Estamos já articulando isso e vendo como fazer para os profissionais da saúde, já que está bem difícil achar a matéria-prima para as máscaras cirúrgicas."

FABRICAÇÃO LOCAL E CONSERTO DE VENTILADORES PULMONARES

Outra grande demanda do governo Estado, pensando no tratamento dos pacientes com a covid-19, é por aparelhos respiratórios. Cada pessoa internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com coronavírus precisa ter um respirador à sua disposição. Para outras doenças, um respirador pode atender até três leitos de UTI. Diante da necessidade, os preços do equipamento subiram muito e ficou difícil encontrá-lo no mercado nacional e internacional.

A empresa capixaba Vent Logos, especializada em ventiladores pulmonares mecânicos há 30 anos, vai ampliar sua produção para fornecer ao Estado 100 unidades iniciais. O ventilador pulmonar mecânico, que não precisa de energia elétrica e é considerado de baixo custo, já sendo usado em vários hospitais.

"Trata-se de uma indústria local que nós atuamos para que ela pudesse aumentar a produção, sobretudo buscando as empresas que fornecem a matéria-prima para poder dar mais agilidade", explica Luciano. Os ventiladores mecânicos vão ser usados para atender aos pacientes com coronavírus durante o transporte de suas casas até o hospital. 

Como nos leitos de UTI são necessários os respiradores eletrônicos, ainda mais difíceis de serem encontrados, a iniciativa do setor industrial vai, numa outra frente, consertar respiradores já existentes no Estado que estão com algum defeito. Os consertos serão feitos gratuitamente no laboratório de Engenharia da Ufes, com o apoio de indústrias como a Vale. 

Ventilador (respirador) pulmonar mecânico fabricado pela indústria capixaba Vent Logos
Ventilador (respirador) pulmonar mecânico fabricado pela indústria capixaba Vent Logos. (Divulgação)

"Por um lado, a empresa vai ampliar a produção dos ventiladores pulmonares mecânicos e, por outro, vamos consertar os ventiladores eletrônicos já existentes nesse centro com a Ufes, o Senai e a Vale, o que já vai ajudando até o governo conseguir trazer mais aparelhos", comenta o vice-presidente da Findes.

DOAÇÕES

Para tocar a iniciativa e aumentar mais a produção dos materiais, a Findes lançou uma campanha para receber doações financeiras. As doações poderão ser feitas a partir de R$ 50 para compra de materiais de higiene, produção de EPIs e de equipamentos hospitalares.

Empresas e pessoas podem doar pelo hotsite "Indústria do Bem", no portal da Findes. As formas de doação são por meio do aplicativo PicPay ou por transferência bancária.

VEJA A LISTA COM TODA A DEMANDA DO ESTADO PARA ENFRENTAR O CORONAVÍRUS

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