Paralisada desde novembro de 2015 após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a mineradora Samarco deve receber a licença para a retomada das operações até o dia 25 deste mês, segundo o governador Renato Casagrande. A previsão é que a retomada das operações em Anchieta aconteça a partir do segundo semestre de 2020, com 26% da operação. Entenda, ponto a ponto, como os anos de paralisação impactaram a economia capixaba e o tamanho da importância da Samarco no setor à época. Veja abaixo.
A Samarco é uma empresa de beneficiamento de minério fundada em 1977 e com unidades operacionais em Minas Gerais e em Ubu, Anchieta. Em 2014, a empresa era responsável por 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. No mesmo ano, fabricou 25 milhões de toneladas de pelotas de minério em Anchieta, o mesmo volume que a Vale no Complexo de Tubarão. O lucro da companhia na época ficou em R$ 2,8 bilhões. Em novembro de 2015, a operação foi paralisada após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
Em Anchieta, o golpe foi grande: a suspensão das atividades da Samarco provocou uma queda de R$ 2 milhões mensais na coleta de impostos sobre serviços (ISS). Em 2014, a cidade havia arrecadado R$ 48,8 milhões com a taxa. A empresa representava mais de 70% do PIB do município.
A paralisação das atividades prejudicou muito os vários fornecedores da companhia instalados no Estado. Em 2016, cerca de 260 empresas pequenas e médias do Sul do Estado, de municípios como Anchieta, Guarapari e Cachoeiro, já haviam fechado as portas, provocando demissões. Um estudo contratado pela BHP Billiton, uma das acionistas da Samarco, em 2017 afirmou que o Espírito Santo deixou de contar com 4.111 vagas de emprego, diretos e indiretos, por conta da interrupção das atividades da empresa. Já o quadro de funcionários diretos da empresa caiu de 3 mil para 1,3 mil (somados Minas Gerais e Espírito Santo).
Em fevereiro de 2017, a empresa deu entrada em processos de licenciamento ambiental para voltar a operar: um para depositar rejeitos na cava de Alegria Sul e outro para liberação das licenças das estruturas remanescentes que foram suspensas após o desastre. O novo sistema funciona sem utilizar barragens de rejeitos, com a implantação total de um sistema de disposição e tratamento de rejeitos, que inclui a Cava Alegria Sul e a filtragem para o empilhamento a seco.
Atualmente, ainda está pendente uma das licenças, a Licença de Operação Corretiva (LOC) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). Segundo o governador Renato Casagrande, a LOC deve ser concedida até o dia 25 deste mês. Com isso, a previsão é que a retomada das operações em Anchieta aconteça a partir do segundo semestre de 2020, com 26% da operação. Segundo a empresa, após a obtenção da autorização, ainda será necessário um ano de obras para instalação da planta de filtragem.
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