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Entenda como funcionará o comércio em cidades com mais risco de Covid-19 no ES

Entenda como funcionará o comércio em cidades com mais risco de Covid-19 no ES

Segundo o governo do Estado, o objetivo é dar continuidade ao isolamento social com responsabilização individual e não contar apenas com a contribuição do comércio fechado na tentativa de impedir a disseminação do novo coronavírus

Publicado em 11 de maio de 2020 às 11:05

Atendentes usam máscara de proteção contra o coronavírus no comércio de Vila Velha
Atendentes usam máscara de proteção contra o coronavírus no comércio de Vila Velha Crédito: Carlos Alberto Silva

Foi iniciada às 10 horas desta segunda-feira (11) a implementação do Plano de Convivência, que permite a abertura gradual e alternada dos estabelecimentos comerciais de rua em municípios da Grande Vitória, Fundão e Santa Teresa, considerados de alto risco para a Covid-19 no Espírito Santo. O objetivo, segundo o governo do Estado, é dar continuidade ao isolamento social com responsabilização individual e não contar apenas com a contribuição do comércio fechado na tentativa de impedir a disseminação do novo coronavírus. Porém, se os casos aumentarem, o Estado afirma que pode retroceder nas medidas.

O secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, explicou na manhã desta segunda (11) no Bom dia ES, da TV Gazeta, como irá funcionar o Plano de Convivência. Confira abaixo quais comércios já podem abrir, além das regras, que incluem revezamento, horários e dias específicos para funcionamento. 

Como vai funcionar o Plano de Convivência, que permite a reabertura do comércio a partir desta segunda-feira (11)?

  • Fizemos, em parceria com a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo), a divisão do comércio em dois tipos: um de estabelecimentos com produtos relacionados ao corpo, como vestuário, calçados, etc. E outro, com produtos não relacionados ao corpo, como materiais de construção, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que funcionaram em dias alternados a partir de hoje (segunda-feira, 11). Nos dias pares, funcionam os estabelecimentos com produtos relacionados com o corpo. Nos dias ímpares, os não relacionados com o corpo. Então nesta semana serão três dias para o funcionamento de comércio com coisas não relacionadas corpo e dois dias para os relacionados ao corpo, e na semana que vem, inverte, em alternância.

O Espírito Santo tem hoje sete municípios com risco alto para a Covid-19: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão e Santa Teresa. O plano vale apenas para essas cidades?

  • Esse regramento é apenas para os locais de risco alto. Esses sete municípios (Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão e Santa Teresa) precisam seguir o revezamento e horário específico de funcionamento, entre 10h e 16 horas. No interior do Estado, nas cidades que possuem classificação que continuam em risco baixo ou moderado, não houve mudanças nas medidas. 

Qual a mudança para setores como os de materiais de construção e restaurantes que, antes dessa medida, podiam abrir todos os dias?

  • Tudo que é essencial, como supermercados, farmácias e postos de combustíveis, continuam funcionando todos os dias, sem alternância. Já outros setores que estavam funcionando diariamente, passam a entrar no rodízio com dias alterados, como lojas de material de construção, de auto-peças e venda de veículos. Em relação aos restaurantes, eles não poderão mais funcionar aos finais de semana, a não ser por delivery, ou seja, por entrega. Isso porque precisamos reforçar o conceito do isolamento social. Nos fins de semana, em especial, que é o momento de lazer da família, precisamos que as pessoas entendam que é a hora de ficar em casa, por isso a ideia de que não podemos ter os restaurantes abertos nesses dias. Lembrando que os shoppings também ficam fechados, funcionando apenas por drive-thru (local de serviços em que o cliente não precisa sair do carro). 

Como fica o funcionamento de quiosques, bares, igrejas e academias?

  • No caso das igrejas não há decretos específicos de fechamento, mas estamos solicitando que essas instituições não realizem cultos, em função da aglomeração de pessoas. O próprio Ministério Público tem conversado com as igrejas. Quiosques, bares e academias permanecem fechados por enquanto. O governo do Estado está discutindo um protocolo com os setores de academias para uma abertura segura. Mas no momento, o setor – assim como shoppings – não pode abrir. 

Como essas regras serão aplicadas nos fins de semana?

  • As regras valem de segunda a sexta. Aos sábados e domingos, que são dias de lazer, queremos as pessoas em casa. Por isso, não estamos nesse momento autorizando a abertura dos comércios aos fins de semana. Nenhum comércio pode funcionar, apenas os de serviços essenciais, como farmácias, mercados, postos de combustíveis, padarias continuam autorizados. 

A fiscalização vai conseguir dar conta de orientar as pessoas sobre a importância do isolamento social, mesmo com o comércio aberto, além de não permitir que estabelecimentos não abram nos dias em que não são permitidos?

  • Uma das ações principais do Plano de Convivência da Pandemia é o reforço da fiscalização. Estados e Municípios, numa ação organizada pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guardas Municipais, Fiscalizações de Vigilância Sanitária e Fiscalização de Vigilância de Posturas, vão fazer um acompanhamento rígido das regras do comércio para que possamos continuar convivendo com a pandemia. Pedimos que comerciantes respeitem as regras, para que plano dê certo e possamos flexibilizar mais. O que não podemos ter é a redução de isolamento e o aumento significativo dos casos, porque isso pode fazer com que tenhamos que retroceder nas medidas. 

Segundo dados da Sesa divulgados neste domingo (10), já eram 4.599 casos confirmados, 181 mortes – sendo 9 apenas no último dia de levantamento,  74% de leitos ocupados na Grande Vitória e 66% ocupados em todo o Estado por conta da Covid-19. São números que não caem, só aumentam. Nos últimos dias, o senhor chegou a falar lookdown (bloqueio e confinamento total), e hoje fala em reabrir comércio. Essa decisão não é um risco?

  • O que temos defendido é que o conceito do isolamento social não se resume a fechar comércio. Depende da atitude de cada um. Nossa campanha é da responsabilização individual. Cada cidadão capixaba tem responsabilidade com o isolamento e não podemos colocar toda a conta em cima do comércio, que já deu sua contribuição, ficando quase 60 dias sem funcionar. O modelo da matriz de risco é dinâmico e se a situação piorar, podemos retroceder nas medidas, sempre a partir da base científica fornecida pelos modelos da matriz de risco. 

"O comércio está pagando por completo a conta do isolamento social. O conceito do isolamento social não se resume a fechar comércio. Isolamento é uma atitude individual. Quem não precisar sair de casa, não deve sair de casa. Estamos com a campanha em curso de comunicação para que as pessoas criem a consciência do isolamento e estamos reforçando esse conceito: não saia de casa para fazer caminhada, para fazer corrida na praia. Pratique esportes, sempre que possível, dentro de casa, para que possamos manter o comércio aberto. Precisamos manter o isolamento acima de 50% e não podemos ficar com o comércio indefinitivamente fechado. Temos que aprender a conviver com a pandemia. Por isso estamos chamando de Plano de Convivência com a Pandemia, porque ainda não temos vacina. Mas se a situação piorar, podemos retroceder nas medidas"

Tyago Hoffmann

Secretário de Estado de Governo do Estado 

Com contribuição de Kaique Dias, da TV Gazeta.

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