Se você é dono de um dos mais de 938 mil carros que circulam pelo Espírito Santo, o preço dos combustíveis importa para você. Porém, como as ruas, avenidas e rodovias são as principais vias de transporte no país, o valor acaba pesando no bolso de todas as famílias, seja direta ou indiretamente.
Até quem anda de transporte público, de bicicleta ou a pé pode ser afetado, já que o aumento no preço do produto acaba frequentemente incorporado em outros produtos que precisam ser transportados por longas distâncias ou até no cálculo da passagem de ônibus.
Mesmo sendo o terceiro maior produtor de petróleo do país, matéria-prima para a fabricação da gasolina e diesel, o Estado ainda tem um dos combustíveis mais caros do Brasil. O Estado aparece em oitavo no ranking.
A explicação pode vir da composição do valor do produto, que envolve o preço de extração do petróleo, refino e distribuição - etapas dominadas principalmente pela Petrobras. Tem ainda o transporte até o posto de gasolina, o lucro do revendedor e, em grande parte, os tributos.
O imposto estadual cobrado sobre a gasolina no Brasil é, em média, 29% do valor final aplicado nas bombas. No Espírito Santo, essa fatia é de 27%. Já os tributos federais são fixos, atualmente de R$ 0,652 por litro.
No Rio de Janeiro, por exemplo, esse imposto estadual é de 34%, o mais caro do país. Em São Paulo, de 25%.
No cenário mundial, o Brasil tem o preço da gasolina considerado mediano. Segundo levantamento do site Global Petrol Prices, que analisa 161 países, a gasolina brasileira é mais barata do que em 82 deles. No entanto, é mais cara do que 78 outros. Os valores são contabilizados em dólar.
E é justamente por causa do dólar que o preço da gasolina no Brasil varia com tanta frequência. O barril de petróleo é cotado na moeda americana e a Petrobras, desde 2017, repassa essas variações sem periodicidade fixa. A última alta anunciada foi de cerca de 4%, no final de novembro deste ano.
Esses reajustes feitos pela estatal incidem sobre o preço do produto vendido nas refinarias e corresponde a cerca de 30% do total pago pelos motoristas.
A gasolina que vem para o Estado sai de complexos de refino no Rio de Janeiro e chega ao Espírito Santo em navios, que atracam em dois portos, um em Vila Velha e outro na Serra. A partir daí, o produto vai para as distribuidoras e, em seguida, para os postos.
Por conta disso, quanto mais distantes as cidades estão dos locais de importação, mais caro o produto pode chegar o consumidor, já que o custo de logística será maior.
A distância explica também o fato de o Acre ser a unidade da federação onde os motoristas mais têm que desembolsar para encher o tanque. Para chegar até lá, tanto o petróleo quanto a gasolina têm que viajar milhares de quilômetros (a refinaria mais próxima está em Manaus, a 1.300 quilômetros dali).
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta