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Erro de tradução pode ser responsável por veto japonês ao frango do ES

Erro de tradução pode ser responsável por veto japonês ao frango do ES

Foco identificado na Serra ocorreu em um ganso e um pato criados em um sítio, sem qualquer relação com a produção em escala industrial de carne de aves no Estado

Publicado em 30 de junho de 2023 às 16:22

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Duas aves de sitio na Serra tiveram resultado positivo para H5N1, sendo um pato e um ganso
Duas aves de sitio na Serra tiveram resultado positivo para H5N1, sendo um pato e um ganso. (Shutterstock)

Representantes de associações de avicultores trabalham com a possibilidade de um erro de tradução nas informações que foram dadas às autoridades sanitárias japonesas sobre o foco de gripe aviária detectado na Serra. A doença foi detectada em aves de subsistência (um pato e um ganso), criadas num sítio, e não em uma fazenda de produção com escala industrial.

A informação é do jornal O Globo

O Japão suspendeu temporariamente as compras de carne de aves produzidas no Estado na última quarta-feira (28). A decisão veio após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrar o primeiro caso de H5N1 em aves de criação para subsistência - ou seja, consumo próprio na terça-feira (27). 

Erro de tradução pode ser responsável por veto japonês ao frango do ES

Nélio Hand, diretor executivo da Associação dos Avicultores do estado do Espírito Santo, disse que o caso foi detectado em um pato e um ganso em criação de subsistência, e que pode ter havido alguma precipitação ou mal entendido das autoridades sanitárias japonesas. Ele disse que o Ministério da Agricultura está mantendo os contatos com o país asiático.

Peito de frango
O Japão impôs um veto ao frango produzido no ES devido aos casos de gripe aviárias detectados na Serra, mas em animais criados em um sítio. (Manfred Richter/Pixabay )

"Mas o caso é uma preocupação e um alerta, especialmente se surgirem novas ocorrências, inclusive em estados que possam ter volume mais significativo de exportações", afirmou.

Segundo O Globo, ele não acredita que as restrições possam aumentar, até porque existe uma orientação clara da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que casos de influenza em aves silvestres e de subsistência não afetam o mercado. Hand pondera que, embora o volume de exportações do estado para o Japão seja pequeno, essa suspensão pode atrapalhar negociações futuras.

"E da mesma forma que estamos suscetíveis aqui no Espírito Santo, em outros estados podem ocorrer focos em criações de subsistência, e nesse caso, se for em um estado que tenha um volume maior de exportações, pode se tornar um complicador", disse.

"Decisão precipitada" 

Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ressalta que a decisão tomada pelas autoridades japonesas não está em linha com as orientações da OMSA — que indica a suspensão de comércio apenas em casos registrados em produção comercial. Ele lembra que o Japão costuma acatar as regras da OMSA, por isso, o caso pode ter sido um erro de tradução nas informações prestadas às autoridades japonesas.

"A OMSA deixa bem claro que em casos de gripe aviária em aves de subsistência não se fecha o comércio. Por isso, trabalhamos com a possibilidade de erro de tradução. Mas o Ministério da Agricultura já enviou as explicações. O Brasil mantém o status de país livre da gripe aviária", afirmou Santin.

Ao jornal O Globo, ele lembra que as exportações de aves do Brasil para o Japão chegam a 400 mil toneladas ano, um volume bastante expressivo. Neste ano, o país está apenas atrás da China como principal destino das aves brasileiras. Mas observa que o Espírito Santo tem participação ínfima nesse número: apenas 0,19%, segundo a ABPA.

Santin observa ainda que nenhum outro país pediu explicações sobre o caso, o que reforça e tese de erro de interpretação do Japão. Por isso, ele não vê a tendência de que outros países suspendam as exportações de aves do Espírito Santo temporariamente.

O presidente da ABPA afirmou ao jornal O Globo que estão sendo reforçadas as recomendações de segurança a pequenos produtores que criam aves de subsistência para que não deixem água ou ração expostas. E, se possível, as próprias aves devem ser recolhidas em galinheiro, evitando contato com aves silvestres que até agora foram foco de contaminação no país.

Com informações do Jornal O Globo.

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