O governo do Espírito Santo afirmou que vai tentar negociar com a Technip FMC a manutenção de pelo menos parte dos postos de trabalho da empresa, que anunciou nesta quarta-feira (5) que vai interromper em dezembro a produção de tubos flexíveis no Porto de Vitória. As atividades serão transferidas para o Porto de Açu, no Rio de Janeiro.
A multinacional franco-americana está instalada na área da Codesa desde 1985 e emprega mais de 1.000 profissionais. A empresa não informou se eles serão transferidos para Açu, ou se serão demitidos. Disse apenas que todas as decisões serão tomadas com o máximo de cuidado em relação ao impacto para nossos funcionários, clientes e comunidades. Porém, cortes já começaram.
Em nota, o governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) afirmou que ainda não foi comunicado oficialmente da decisão da empresa, mas acompanha o caso com atenção.
"A Sedes reafirma seu compromisso pelo diálogo junto ao setor produtivo, e se coloca à disposição da empresa no sentido de buscar alternativas que viabilizem a manutenção do maior número de postos de trabalho", diz a nota.
A colunista de A Gazeta Beatriz Seixas apurou que há uma grande apreensão entre os empregados da empresa. Alguns já tomaram ciência que serão remanejados para a planta fluminense, mas muitos deverão ser dispensados nos próximos meses.
Além do impacto no mercado de trabalho, o fim da produção dos tubos pela Technip vai trazer impactos negativos para a cadeia de fornecedores e na arrecadação de impostos. Ainda segundo a coluna, a multinacional está entre as que mais recolhem impostos em Vitória.
A prefeitura da Capital foi questionada por A Gazeta sobre a possível queda na arrecadação, mas disse que não poderia passar a informação pois ela é sigilosa. Em nota, o município ressaltou a importância da empresa e lamentou sua saída.
Responsável por cerca de 90% dos embarques de tubos flexíveis usados pela Petrobras nos campos de petróleo, a empresa é responsável por 15% da arrecadação da Codesa.
Oficialmente, a empresa diz que a mudança foi provocada pela queda nas atividades do mercado devido à pandemia de Covid-19 e a redução na demanda por petróleo e gás.
Contudo, fontes do setor afirmam que há um "assédio" por parte do Porto de Açu, que vem oferecendo vantagens que podem incluir discussões com a Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro.
Soma-se a esses fatores a incerteza em relação ao contrato com a Codesa. A empresa vinha tentando fazer um novo acordo desde que o anterior venceu em janeiro deste ano. Contudo, como a estatal deve ser privatizada em breve, não seria possível firmar um compromisso de longo prazo.
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