> >
Espírito Santo é novamente nota A no Tesouro Nacional

Espírito Santo é novamente nota A no Tesouro Nacional

Além do Estado, Rondônia também conquistou pontuação máxima. Indicador mostra se entes subnacionais têm tido cuidado com as contas públicas

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 10:32

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Palácio Anchieta, sede do governo do Estado
Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. (Marcelo Prest | Arquivo | A Gazeta)

Em meio à pandemia do novo coronavírus, uma boa notícia: o Espírito Santo manteve a nota A do Tesouro Nacional, avaliada com base em sua capacidade de pagamento (CAPAG).  Até o ano passado, era o único Estado a ter o selo máximo de bom pagador da União. Neste ano,  Rondônia subiu no ranking e também conquistou a maior pontuação, conforme o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Tesouro Nacional, órgão ligado ao Ministério da Economia.

A nota A é a pontuação máxima numa escala que vai de A a D. Na prática, o resultado divulgado nesta manhã mostra que o Estado tem capacidade de poupança, que é pouco comprometido com endividamento e que tem liquidez, ou seja, tem dinheiro em caixa para cumprir com as obrigações financeiras.  O indicador permite que o Estado receba garantia da União para novos empréstimos.

Nas redes sociais, o governador Renato Casagrande comemorou o bom resultado fiscal do Estado, dizendo que, desde 2012, o Espírito Santo manteve a nota A por ter uma condução responsável dos recursos públicos.

“Desde 2012, ainda em nosso primeiro governo, temos nota máxima. Esse é o resultado da condução responsável de nossa equipe que produz eficiência na gestão sem excluir quem mais precisa do poder público. Importante a manutenção da capacidade de pagamento para que possamos ter bons programas na área social, atendendo às necessidades da população que mais necessita. Que também consigamos investir em infraestrutura, melhorando a competitividade do nosso Estado e gerando oportunidades”, destacou o governador Renato Casagrande.

Segundo dados divulgados no início deste mês pela Secretaria do Tesouro Nacional, o Espírito Santo foi um dos sete Estados do Brasil a conseguir alcançar todas as metas de ajuste fiscal presentes no Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal (PAF). O atendimento dessas metas, segundo a Secretaria Estadual da Fazenda, colabora para a manutenção da nota A do Estado.

Para o economista-chefe da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), Marcelo Saintive, o indicador é peça importante no processo de retomada da economia capixaba frente à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. 

Aspas de citação

Num momento como este, quando se tem um painel fiscal bem feito, a retomada tende a ser mais rápida quando comparada a outros Estados. Prova disso é que, apesar das perdas, o Espírito Santo tem conseguido manter as contas em dia e, inclusive, realizar investimentos

Marcelo Saintive
Economista-chefe da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) 
Aspas de citação

O secretário da Fazenda do Espírito Santo, Rogelio Pegoretti, disse que esse controle dos gastos públicos permitiu que o Estado fizesse mais investimentos. "Graças a esse cuidado com o dinheiro dos contribuintes é que foi possível manter os investimentos nas áreas mais sensíveis à população, mesmo num período de dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus.”

ARRECADAÇÃO E DESPESAS 

No cenário pré-crise, os indicadores apresentados pelo Estado foram positivos. A Dívida Consolidada foi de R$ 7 bilhões, correspondendo a 44,52% da Receita Corrente Líquida, de R$ 15,8 bilhões. Houve aumento de 14,6% nas receitas — a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo, cresceu em 11,9%.

A arrecadação, entretanto, poderia ter sido maior. O Estado deixou de arrecadar 10% da receita de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS, o seu principal tributo, devido a renúncias fiscais, isto é, quando o Fisco estadual deixa de receber alguma quantia ao dar um tratamento diferenciado a determinados contribuintes. A renúncia pode ser uma anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução do imposto a pagar.

GASTOS COM PESSOAL

Os gastos com pessoal e encargos sociais, por sua vez, cresceram abaixo da inflação, com variação de 3,6% ante 2018. O comprometimento da receita com a folha de pagamento foi de 46%, abaixo do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), segundo a qual os Estados não devem exceder o limite de 60% da relação Despesa com Pessoal/Receita Corrente Líquida.

ROMBO DA PREVIDÊNCIA

A Previdência de servidores estaduais registrou um rombo de R$ 2,4 bilhões em 2019. Foi esse o valor que o governo estadual precisou desembolsar para cobrir o déficit previdenciário de todos os Poderes locais. Na comparação com 2018, o custo da Previdência estadual subiu 7%, acompanhando a média nacional.

INVESTIMENTOS

Apesar de os gastos com salários e aposentadorias terem crescido, o Estado manteve sua capacidade de investimentos e, inclusive, gastou 15% a mais que com esse tipo de despesa no ano anterior — um resultado muito superior à média nacional, que apontou queda de 18,6% com gastos relacionados.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais