O número de moradores do Espírito Santo abaixo das linhas da extrema pobreza e da pobreza caiu entre 2022 e 2023, enquanto a renda média dos capixabas teve um aumento histórico. Os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do ano passado, baseados principalmente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, foram divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023, o Estado tinha 111,3 mil pessoas (2,7%) abaixo da linha da extrema pobreza do Banco Mundial (rendimento de até R$ 210 mensais per capita). Em 2022, 169,1 mil pessoas (4,1% da população) estavam nessa situação. Já considerando a linha da pobreza do Banco Mundial (rendimento de até R$ 670 mensais), o número caiu de 1,092 milhão de pessoas (26,3% da população) para 955,8 mil pessoas (22,8% da população).
O Estado tem menos pessoas abaixo das linhas da pobreza e da extrema pobreza do que a média nacional. No Brasil, a proporção da população na extrema pobreza caiu de 5,9% para 4,4%, menor percentual desde 2012 e primeira vez em que o indicador ficou abaixo de 5%. O percentual da população do país abaixo da linha da pobreza caiu de 31,6% para 27,4%, menor proporção desde 2012.
Os dados do SIS também mostram que o rendimento médio domiciliar per capita em 2023 foi de R$ 1.883, o maior valor desde o início da série histórica, em 2012, quando os dados começaram a ser colhidos pelo IBGE, representando um aumento de 8% ante 2022. Os números apontam uma disparidade de gênero entre os rendimentos: os homens receberam R$ 1.960, valor 8,3% superior ao das mulheres, de R$ 1.810. Ante 2022, o rendimento médio das mulheres subiu 6,4%, enquanto o dos homens subiu 9,7%.
O levantamento também conta com um recorte racial, indicando que o rendimento médio domiciliar per capita das pessoas pretas ou pardas é cerca de 60% do rendimento das pessoas brancas ao longo de toda a série histórica. Enquanto o rendimento dos negros (pretos ou pardos) foi de R$ 1.521 em 2023, o das pessoas brancas foi de R$ 2.480. Em relação a 2022, o rendimento dos negros aumentou 9,9%, enquanto o dos brancos cresceu 6,4%.
Considerando o período 2019-2023, houve redução dos rendimentos médios das pessoas brancas (-0,3%) e aumento entre as pessoas negras (9,7%). Comparando entre 2012 e 2023, as pessoas brancas tiveram aumento de 25,1% no rendimento, enquanto as pretas ou pardas tiveram aumento de 18,3%.
Os índices de Gini e de Palma, que medem a desigualdade de renda entre os habitantes, posicionam o Espírito Santo como o décimo Estado menos desigual do Brasil em distribuição de renda. No índice de Gini (que varia entre 0 e 1, sendo 1 a máxima desigualdade, e 0 a perfeita igualdade em distribuição de renda), o Estado ficou com 0,486.
No Índice de Palma (a razão entre o percentual do total dos rendimentos apropriados pelos 10% das pessoas com maiores rendimentos sobre o percentual apropriado pelos 40% das pessoas com menores rendimentos), o Estado ficou com 2,96, também o décimo menor do país.
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