O Espírito Santo registrou em 2019 o maior saldo de abertura de empresas dos últimos quatro anos. No ano passado, foram criados 14,4 mil novos negócios enquanto 8,7 mil foram encerrados, o que representa um saldo positivo de 5,7 mil empresas. Os dados são da Junta Comercial do Espírito Santo (Jucees).
O resultado é 23% maior do que no ano anterior. Essa é a variação positiva mais expressiva desde 2010, quando começa a série histórica disponibilizada pela Junta Comercial.
Para o professor e economista Mário Vasconcelos alguns fatores contribuem para esse avanço. Um deles é o começo de uma recuperação econômica pós-crise. "Mostra que os investimentos estão chegando, há uma relativa confiança na política econômica do governo e isso se reflete nesses dados", diz.
Ele lembra que nos últimos meses de 2019 houve aumento na previsão de crescimento do PIB divulgado pelo Banco Central e que, para 2020, essa estimativa é ainda maior. Essas perspectivas têm dado otimismo ao mercado e aos investidores.
Outro fator que ajuda a explicar essa variação positiva na abertura de empresas, ainda segundo o economista, é a própria crise. Vasconcelos destaca que, em períodos de dificuldade financeira e demissões, muitas pessoas optam ou são levadas a empreender. "Muitas pessoas, quando perdem o emprego, recebem o fundo de garantia e montam uma pequena empresa ou se tornam microempreendedores individuais. Por necessidade, às vezes por oportunidade", afirma.
Um dos pontos que especialistas avaliam que contribuiu para esse resultado é a aprovação da chamada Lei da Liberdade Econômica, que entre vários pontos simplificou exigências para abertura e fechamento de empresas em todo país.
Para o secretário de Desenvolvimento do Estado, Marcos Kneip, a explicação está na redução da burocracia para a abertura e fechamento de empresas no Espírito Santo. Para ele, o fato de o processo ter sido simplificado e todo transferido para uma plataforma on-line contribuiu para o dinamismo registrado pela Junta Comercial.
"É principalmente consequência da ferramenta SimpificaES. Conseguimos recentemente atingir os 78 municípios do Estado e isso facilita e desburocratiza a abertura e também o fechamento de empresas. Em uma economia ativa e que tem muita oscilação é natural. O índice de mortalidade diminuir é sinal de que os negócios estão obtendo maior resultado", diz.
Ainda de acordo com o secretário, essa desburocratização vai auxiliar na retomada econômica e na atração de novos investimentos para o Espírito Santo. "Essa agilidade melhora consideravelmente o ambiente de negócios atraindo mais empresas. O empreendedor chega e encontra ambiente desburocratizado", conclui.
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