A lista suja do trabalho escravo, atualizada nesta quarta-feira (5) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostrou que um empregador do Espírito Santo submeteu um funcionário a condições de trabalho análogas à escravidão. O trabalhador atuava numa fazenda em Fundão, na região metropolitana de Vitória.
A lista completa, que é atualizada em abril e outubro de cada ano, tem 289 empregadores em todo o país. Desta vez, foram acrescentados 132 novos nomes ao documento, maior atualização registrada desde 2017, quando a lista voltou a ser publicada.
"Estar na lista suja significa que o empregador submeteu trabalhadores à condição análoga à de escravo e o governo brasileiro reconheceu isso por meio da inspeção do trabalho", explica o chefe da Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky.
No Estado, o registro foi feito no Sítio Nova Esperança, na zona rural de Fundão. No local, um trabalhador aparece como submetido a trabalho análogo à escravidão. A tabela completa dos dados do governo federal foi atualizada nesta quarta-feira (5).
A reportagem não conseguiu contato com o empregador citado até a última atualização deste texto. O nome do empregador foi incluído na lista em outubro de 2022. Mas o ano da ação fiscal é referente a 2019.
Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, a fazenda citada é registrada como produtora de café.
Embora apenas um empregador apareça na lista, Alcimar das Candeias da Silva, da Superintendência Regional do Trabalho no Espírito Santo, apontou que o número pode aumentar.
"O Espírito Santo, infelizmente, é um Estado que vem apresentando destaque negativo em relação a trabalhadores em condições análogas a escravidão. Principalmente em decorrência da cultura do café, onde determinadas propriedades rurais não tem estrutura para receber os trabalhadores. Mas os empregadores só entram nessa lista após os autos de infração terem os processos concluídos. Alguns demoram, e como só podem entrar após a conclusão, outros nomes podem aparecer", explicou Alcimar.
Este ano, uma operação do Ministério do Trabalho do Espírito Santo encontrou sete trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma propriedade rural na divisa entre Brejetuba, na Região Serrana capixaba, e Aimorés, na região dos Vales de Minas Gerais. Os trabalhadores eram chicoteados pelo capataz e trabalhavam por drogas, de acordo com informações do ministério.
O resgate foi feito nos dias 17 e 18 de janeiro. Nas fotos da propriedade, é possível ver que os trabalhadores estavam alocados em locais pequenos e sem higiene, em condições de insalubridade, além de trabalharem machucados com feridas expostas.
Com informações do g1 ES
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