Micro, pequenos e médios empreendedores terão acesso a crédito mais barato para capitalizar suas empresas após o período da pandemia da Covid-19. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) vai disponibilizar US$ 30 milhões, cerca de R$ 165 milhões, para capital de giro emergencial. A previsão é de que sejam atendidas 300 empresas do Espírito Santo.
Do total de recursos, 20% serão destinados exclusivamente para negócios liderados por mulheres. Os interessados poderão financiar até US$ 1 milhão (algo em torno de R$ 5,5 milhões) e efetuar o pagamento em até 60 meses, com carência de um ano.
A taxa de juros anual será de 5%, mais a Selic, que hoje é de 7,75% ao ano. A operação desta linha deve começar assim que os recursos forem transferidos para o banco capixaba, previsto para ocorrer até o final de novembro.
O recurso é proveniente de uma parceria do Bandes com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que foi oficializada no mês passado pelas duas instituições e pelo governador Renato Casagrande (PSB).
“Passamos por um período terrível de pandemia e criamos um fundo de proteção para que empreendedores evitassem demitir e fechar as portas. Agora, com essa nova linha de crédito, queremos dar suporte financeiro às empresas do Estado neste momento de retração econômica e para impulsionar os empresários capixabas na retomada econômica. Esta é a primeira vez na história do Bandes que fazemos uma captação com BID para este tipo de finalidade”, resume o diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira.
Sobre a destinação de 20% do valor do montante para mulheres, Oliveira observa que a ideia é ampliar a participação feminina no mundo dos negócios. “Queremos estimular as mulheres a ocuparem também estes espaços. É uma forma de inclusão social”, afirma.
Já o governador ressaltou que o recurso destinado a elas cumpre o papel de empoderamento das mulheres, fundamental na política de segurança pública estadual. “Quanto mais a mulher é empoderada, menos dependência terá de seus companheiros, evitando muitos casos de violência que lamentavelmente a gente vê acontecendo”, pontuou.
O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, avaliou que os números mostram que as mulheres foram as mais afetadas pelo aumento do desemprego durante a pandemia, e as micro, pequenas e médias empresas, são um setor estratégico na criação de vagas e de capacidade produtiva.
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