Num momento de insegurança do mercado econômico, saber onde investir pode fazer a diferença entre o sucesso e a decepção. Com o coronavírus derrubando bolsas de valores ao redor do mundo e deixando instáveis até mesmo as economias mais seguras, em que apostar?
Para Charo Alves, assessor de investimentos da Valor, é inviável dizer se algum tipo de investimento ficará completamente imune a esse período. No entanto, ele garante que há setores que deverão sofrer bem menos, e até apresentar um saldo positivo durante a crise do coronavírus.
Empresas exportadoras de carne, por exemplo, tiveram uma queda relativamente grande recentemente por conta de algumas taxações em países importadores, mas esses países já voltaram atrás", comenta.
Outro setor que deve passar praticamente imune ao surto do coronavírus é o de utilities serviços de utilidade pública como saneamento básico e fornecimento de energia elétrica.
São empresas que já têm uma certa estabilidade e até previsibilidade de caixa futuro. É um setor que dificilmente vai sofrer financeiramente a consequência do vírus, ainda que ele venha a se espalhar de uma forma absurda, completamente acima do patamar que a gente está imaginando, acrescenta Charo.
O economista Eduardo Araujo destaca dois setores que, mesmo impactados, podem ser uma boa oportunidade de investimento: o farmacêutico e o e-commerce.
O setor farmacêutico pode, de um lado, ter limitação na oferta por ausência de mercadorias importadas. Mas o efeito final, ocasionado pela elevação de preço de alguns produtos e até mesmo por ampliação na busca de outros medicamentos, deve em resultar em faturamento maior no segmento, analisa.
Se o problema se alastrar, pode haver mudanças no comportamento de consumidores optando por compras de produtos on line, por exemplo, para evitar ambiente com aglomerações. Isso produziria crescimento de vendas por aplicativos como do e-commerce, pondera caso novos casos surjam no Brasil.
Ações ou fundos de ações que possuam esses papeis podem ser boas opções de investimentos, segundo analisaram os especialistas.
Para a economista da Veedha Investimentos Camila Abdelmalack, os impactos do coronavírus na economia terão curta duração. Na nossa opinião, em pouco tempo as fábricas voltarão a produzir normalmente na China e nos demais países afetados. Isso, para a economia, representa a normalidade, comenta.
Ao nosso ver, existem outras questões domésticas que nos preocupam mais que o coronavírus, acrescenta Abdelmalack citando o lento andamento das reformas, os desentendimentos do Executivo federal com o Legislativo e o Judiciário.
Charo Alves concorda com a economista da Veedha Investimentos. Ele é um vírus como outros que já tivemos no passado. Gera um pânico momentâneo, mas a gente acredita que em breve ele vai perder força, assim como perderam o H1N1 e o Influenza, sugere.
No longo prazo, muito mais preocupante que o coronavírus é o andamento das eleições nos Estados Unidos. O ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders são os principais nomes nas primárias do partido Democrata que vai concorrer contra o presidente Donald Trump, Republicano.
A expectativa de que um candidato democrata, no caso o Sanders, venha forte no partido para concorrer com o Trump assusta o mercado de capitais. Para o mercado é bom que o Trump continue, avalia Alves sobre a eleição no país norte-americano.
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