Apesar de ter apresentado certa instabilidade no fim do pregão desta segunda-feira (13), a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) tem ensaiado uma reação, desde que ficou acima dos 100 pontos na última sexta (10). O Ibovespa chegou a ter máxima de 100.858, mas fechou em baixa de 1,33%, aos 98.697,06 pontos, às 17h desta tarde.
O resultado foi após uma piora do mercado acionário de Nova York, motivada pela segunda onda do novo coronavírus no país americano. Por aqui, o mercado repercute a projeção de queda de 6,10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo divulgado no relatório Focus, do Banco Central, nesta segunda. Também ganhou destaque a vontade do vice-presidente Hamilton Mourão, de discutir a volta de uma nova CPMF - apesar do presidente Jair Bolsonaro ser contra a recriação do imposto.
Pressionado pela queda de Nova York e por um pregão marcado pela perspectiva de realização de lucros, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, não conseguiu manter os 100.857,68 pontos alcançados na máxima do dia e cedeu. Com os resultados de hoje, a B3 acumula ganho de 3,83% em julho, mas ainda cede 14,66% ao ano.
No entanto, os investidores começam a ter boas perspectivas para o mercado de ações no Brasil e no mundo. O Santander, por exemplo, elevou a projeção do índice para 110 mil pontos até o fim de 2020 contra os 91 mil estimados anteriormente desde a virada provocada pela pandemia do novo coronavírus. No início do ano, antes do vírus se tornar uma ameaça global, o Ibovespa chegou as 118 mil pontos.
Veja o que pensam os analistas de mercado de capitais sobre a valorização dos papéis. Afinal, o "novo normal" será agora esse?
A bolsa brasileira medida pelo seu principal índice, o Ibovespa, está novamente nos 100.000 pontos e volta a deixar os investidores animados. Entre os diversos motivos que poderiam justificar esse movimento, dois me chamam a atenção. O primeiro deles é o tamanho do estímulo monetário (avalanche de dinheiro) despejado nas economias do mundo todo de maneira coordenada, um esforço sem precedentes que impulsiona o preço dos ativos de risco de todas as classes e principalmente as ações.
O segundo motivo são os primeiros sinais de uma recuperação mais rápida das economias. Esse otimismo parte principalmente dos EUA e da Zona do Euro, que divulgaram dados de atividade econômica muito melhores do que o esperado. Em alguns setores, como o da construção civil, o patamar das vendas está bem próximo do que o de antes da pandemia.
As duas justificativas têm uma relação de causalidade entre si e, na minha visão, são os principais motivos da recuperação das bolsas pelo mundo todo. Há de se monitorar os próximos números da atividade econômica e da evolução da doença. Caso mantenhamos as surpresas positivas que tivemos até agora, podemos esperar que a Bolsa possa continuar na casa dos 100.000 ou até mesmo que voltemos aos patamares do início do ano.
Vale salientar que o investimento em renda variável é aconselhado apenas para que tem perfil para esse tipo de risco e deve ser sempre realizado com foco no longo prazo, sob a ótica de compra de uma empresa, um negócio. A tese de que a Bolsa vai continuar a subir tem como premissas principais a continuidade da melhora econômica e a diminuição do contágio da Covid-19. Se qualquer um desses pilares não for verdadeiro, há de se esperar por correções no curto prazo.
A Bolsa chegou aos 100 mil pontos e a pergunta de todos é: será que vai mais? O Ibovespa subiu devido a alguns fatores, entre eles estão os juros muito baixos no Brasil e no mundo, forçando uma migração da renda fixa para a Bolsa de Valores.
Os Estados Unidos injetaram muita liquidez no mundo, emitindo fortemente dólares, os investidores em geral com dinheiro na mão foram para a Bolsa! O risco de impeachment, de acordo com o mercado, por hora, reduziu consideravelmente, abrindo caminho para a alocação na Bolsa que estava sofrendo bastante com esta possibilidade.
Por último, o mercado vem se animando com os dados econômicos que estão vindo acima das expectativas, o que acende a confiança de que o pior passou.
O que o mercado monitora hoje para comprar mais Bolsa? A principal delas é a possibilidade de uma vacina. Por mais que ela demore para a chegar no mundo, o fato de colocar uma data de validade do atual problema com a Covid-19 já basta para animar os investidores.
O mercado financeiro vive, puro e simplesmente, de expectativas. Com o avanço dos medicamentos mais eficazes no tratamento da Covid-19, o percentual de óbitos tende a diminuir consideravelmente. Logo, por mais que o número de infectados suba, o mercado vai olhar para o número de mortes.
O que está na cabeça do mercado é que vamos ter que conviver com este vírus, assim como outros no passado. À medida que o tempo passe, o tratamento se torna mais eficaz, o que reduz o pânico na população e risco de lockdowns futuros. Por fim e, não menos importante, o que definirá os próximos rumos do mercado é o ritmo da recuperação econômica, se vamos recuperar em V ou em U.
De qualquer forma, o fato de termos uma recuperação, qualquer que seja, já basta para o mercado se animar. As expectativas e anseios de hoje são estes. Cabe a nós o dever de acompanhar diariamente essas rápidas mudanças. Em poucos dias, muita coisa pode mudar e estamos atentos.
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