Conhecido pelos vídeos de entrevistas com celebridades milionárias da Telexfree, o ex-líder na Grande Vitória da maior pirâmide financeira do mundo, Dilhermano Pereira Gonçalves foi preso por envolvimento em um outro suposto esquema fraudulento: a Pay Diamond, que prometia lucro para quem investisse na compra de diamantes.
A prisão dele foi feita pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) a pedido da Justiça de São Paulo. Dois agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP) e dois policiais militares do Quarto Batalhão realizaram a detenção.
Dilhermano foi denunciado junto com outras quatro pessoas por suspeita de praticar crimes contra a economia popular. O mandado de prisão foi emitido em 16 de setembro, porém só foi cumprido na última terça-feira (6).
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), autor da ação penal sobre o caso, solicitou a reclusão de Dilhermano e de outros dois envolvidos. A justificativa do órgão foi que eles praticaram crimes contra inúmeras pessoas dentro e fora do Brasil, envolvendo milhões de reais. A prisão preventiva também tem a finalidade, segundo os promotores de Justiça, de garantir a ordem econômica.
Os integrantes do suposto esquema vendiam diamantes brutos para os investidores. A empresa afirmava lapidar as pedras para comercializar no mercado, prometendo altos lucros aos associados.
A família do Dilhermano foi procurada, mas disse que não vai comentar o assunto. Também não disponibilizou o contato do advogado que o representa no caso. Ele ficou popular no Estado por causa dos vídeos entrevistando Carlos Costa, dono da Telexfree, e outras lideranças como Renato Alves. Este último apontado como laranja e suspeito de lavar dinheiro sujo da "Telex" no show de Paul McCartney, em Cariacica.
No Diário Oficial do Tribunal de Justiça de São Paulo, do dia 31, foi publicado o edital de convocação dos réus pelo juiz Fábio Calheiros do Nascimento, da Vara Criminal de Barueri, para que eles possam confrontar as acusações. O documento aponta Dilhermano como um dos diretores da Pay Diamond.
No Espírito Santo, de acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo, as reuniões de recrutamento de novos integrantes para o esquema ocorriam em hotéis de luxo da Grande Vitória. Dilhermano e outros envolvidos também faziam grupos no Whatsapp para atrair investidores ao negócio.
Segundo o Ministério Público, o empresário estava trabalhando recentemente com criptomoeda e foi alvo de queixas de vítimas da Pay Diamond, que os acusam de coação moral.
Em depoimento ao Gaeco do Espírito Santo, colhido a pedido do MPSP, Dilhermano admitiu o envolvimento nas atividades, mas não foi capaz de dar declarações sobre as operações da empresa. Aos promotores de Justiça admitiu ter ganhado mais de R$ 300 mil. Ele também afirmou que estava no topo da rede.
As autoridades afirmam que Dilhermano obteve ganhos ilícitos mediante especulações e em processos fraudulentos, como pirâmide financeira. É também investigado por levar consumidores e usuários ao erro, ao usar afirmações falsas e enganosas sobre a natureza e a qualidade dos servidores oferecidos.
De acordo com a peça judicial, ele prometia planos de investimentos, pagamentos em bitcoins e dizia que o trabalho da Pay Diamond era regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais.
Dilhermano também é acusado de associação criminosa para a prática de pirâmide financeira e de crimes contra as relações de consumo.
No processo penal 0004048-36.2016.8.26.0068, que tramita em sigilo na Justiça de Barueri, também são citados Carlos Cesar Luiz, que se apresentava como diretor da empresa; Adriano Machado Mendes, Rodrigo de Souza e Kátia Regina. Adriano Azevedo, que se dizia CEO do esquema, não foi denunciado neste mesmo processo.
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