Referência mundial, o Espírito Santo, que também é líder na produção nacional de rochas, recebe nesta semana a Vitória Stone Fair, um showroom de 30 mil metros quadrados, no Pavilhão de Carapina, na Serra, voltado para os negócios e para a exposição de materiais valiosos, novos e exóticos, que atraem compradores do mundo inteiro. Há peças com acabamentos diferenciados que chegam a custar milhares de reais.
São cerca de 300 marcas expositoras na edição 2023 da feira, entre representantes das indústrias de extração, processamento e distribuição de rochas naturais, fornecedores de máquinas, equipamentos, ferramentas, insumos e serviços.
Um dos produtos de destaque é o quartzito. O Brasil é o principal produtor da rocha, que é composta majoritariamente por quartzo, agregada com outros minerais, e tem valor de mercado mais elevado que outros materiais convencionais, como os mármores e os granitos.
São mais duros do que os granitos, o que, combinado à aparência, com veios, cores e tonalidades variadas, torna grande a sua procura para utilização em pisos, bancadas de cozinha, entre outros, conforme explica o geólogo Leandro Kaut, vendedor da Magnitos, empresa que faz o beneficiamento das rochas em Cachoeiro de Itapemirim.
“É um material do Sul da Bahia que a gente tira em torno de 250 a 300 metros cúbicos por mês, em blocos, e traz para Cachoeiro, para beneficiar. Já é uma rocha bem conhecida do mercado americano e do mercado chinês e tem bastante cores, exóticas até, como azul, vermelho. Em uma mesma pedreira, a gente tira o Fusion, que é uma cor um pouco mais azulada e esverdeada. Enfim, quartzito é o que tá mais se vendendo atualmente no Brasil.”
Ele explica que uma chapa com três centímetros de espessura, que é mais buscada geralmente no exterior, chega a custar US$ 240 (aproximadamente R$ 1.239, na cotação atual). “É mais buscado para bancada e ilha de cozinha”.
No Brasil, em que a procura maior é pelas chapas de dois centímetros, muito utilizadas em revestimentos de piso, paredes e banheiro, o metro quadrado custa cerca de 30% menos, algo em torno de US$ 170, ou R$ 878, na cotação atual.
Além dos materiais com colorações diferentes, rochas com aspecto translúcido, que podem ser associadas à iluminação para compor efeitos estéticos interessantes, também têm tido grande procura, conforme explica a especialista de marketing da PBA Stones, Vanessa Leite.
“Temos um quartzito que chama Alexandrita, que tem esse aspecto translúcido. Não é todo mundo que usa, mas ele está sendo muito procurado também, principalmente para decoração. Ele tem algumas partes mais branquinhas, que são cristais, que deixam a luz passar. Como decoração, funciona muito bem em bancada, em parede, piso.”
Rochas com acabamentos diferentes também chamam a atenção. Maria Clara Zonta, representante de vendas da Brasigran, empresa que atua processamento e comercialização de rochas naturais na Serra, explica que há uma demanda crescente por produtos personalizados, assinados por arquitetos renomados.
“Aqui (na feira), por exemplo, temos várias peças decorativas, algumas pias que que levam rochas variadas. Uma delas leva dolomita e quartzito, outra mistura quartzito e granito, algumas misturam quartzitos. Às vezes é a mesma rocha, mas as partes têm acabamentos diferentes. Cada uma leva o nome de um arquiteto e tem peças que saem por até US$ 15.000 (R$ 77.892, na cotação atual)”, disse.
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