Em greve nacional, funcionários da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência, a Dataprev, estão realizando uma série de protestos propondo uma alternativa para não perderem o emprego. A estatal, que no dia 8 de janeiro anunciou que fechará unidades em 20 Estados, incluindo o Espírito Santo, afetando cerca de 500 trabalhadores no país, possui 18 empregados lotados em Vitória.
A principal reivindicação é que eles não sejam demitidos e tenham a opção de serem transferidos para outros órgãos federais. Os trabalhadores destacam um em especial, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vem sofrendo com a falta de pessoal e vive um drama com a enorme fila de pedidos por benefícios previdenciários ficando cada vez maior.
Na manhã desta terça-feira (4), os trabalhadores fizeram atos em frente a Gerência do INSS em Vitória e também na Praça Costa Pereira. Para quarta (5), os está marcado um protesto a partir das 8h em frente à Assembleia Legislativa.
"Foi aberto um Plano de Demissão Voluntária (PDV) com 12 dias para as pessoas aderirem e quem não aderiu seria demitido do mesmo jeito. Só tivemos essas opções, ou pedir a demissão ou ser demitido. A gente é concursado, sabemos que como celetistas eles têm esse direito, mas queremos ter uma outra opção. No caso da Infraero foi assim e foi um processo tranquilo e transparente. A gente quer poder alocar essas pessoas dentro de órgãos do governo que são deficitários", disse Hélio Machado, funcionário da Dataprev em Vitória.
Nos protestos, o principal pedido é pela transferência para o INSS dos funcionários do Dataprev. Em cartazes e panfletos, eles usam frases como "Ninguém conhece o INSS mais que a gente". O órgão atua há 45 anos como uma espécie de banco de dados e inteligência da Previdência brasileira.
"A Dataprev sempre era lotada no Ministério da Previdência e tem décadas de experiência no INSS. Agora que eles estão precisando, falam em trazer militares (que serão chamados para força-tarefa do governo), que não entendem disso porque o regime de Previdência deles é completamente diferente. Querem fazer um mutirão que só aliviaria a fila agora, mas depois ela voltará. A gente sempre desenvolveu sistemas para o INSS, muitos dos funcionários ficavam lá dentro. Temos conhecimento do sistema, da operação. Seria uma decisão mais sensata", comentou Machado.
A reportagem questionou o Ministério da Economia sobre a possibilidade de transferir esses funcionários públicos para o INSS ou outros órgãos, mas não houve resposta.
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