Startups e empresas inovadoras que querem desenvolver seus negócios, ganhar mercado ou aumentar o faturamento podem contar com uma ajuda a mais para alavancar seu crescimento. No Estado, cinco empreendimentos inovadores já receberam quase R$ 12 milhões de fundos de investimentos, que entram como sócios dessas companhias, investem recursos e contribuem na gestão do negócio.
No Espírito Santo, a ação é coordenada pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que trouxe fundos de investimentos em participações (FIPs). Ao todo, já estão disponíveis quatro fundos: Criatec3, Primatec, Seed4Science e Anjo. (Leia abaixo sobre cada um deles). A expectativa é aplicar até R$ 40 milhões nesses negócios, entre novos e outros que tentam se consolidar.
Um quinto fundo deve começar a operar nos próximos meses. O Trivèlla M3 VC4 FIP Multiestratégia tem como objetivo investir em empresas no setor de tecnologia que apresentem soluções de hardware e/ou software. O investimento previsto é de R$ 10 milhões.
A área de inovação está crescendo muito e deve avançar ainda mais nos próximo anos. Com isso, o banco foi atrás de alguns fundos interessados em investir nesse tipo de negócio. Ao ter sua ideia aprovada, a empresa passa a ter um novo sócio, recebe um aporte financeiro e, depois de um certo tempo, o investidor vende a parte dele para os donos ou no mercado, explica o diretor de negócios do Bandes, Luiz Fernando Castro de Mello Leitão.
Por ser cotista desses fundos, o Bandes abre um processo seletivo para que as empresas capixabas se candidatem a essa iniciativa. Cada fundo tem uma maneira de escolher suas investidas e uma empresa gestora responsável por identificar o potencial de crescimento das empresas candidatas. Após o match entre investidor e empresa, o fundo adquire um percentual de suas ações, ou seja, o FIP prospecta empresas e entra como sócio acionista por um período determinado.
Segundo Leitão, cerca de mil ideias já foram analisadas por esses fundos e 100 empresas ainda estão em processo de estudo. Ao todo, no Espírito Santo, já são cinco startups ou empresas de potencial tecnológico que receberam aportes, totalizando uma movimentação financeira de quase R$ 12 milhões. As empresas já investidas no ES estão em segmentos como eficiência energética, agronegócio, inteligência artificial, gestão de produção e monitoramento ambiental.
Há ainda outras três empresas que estão em fase final de análise para investimento. A expectativa é que o Bandes apoie mais de 20 empresas com os recursos disponíveis.
Além do suporte econômico, as gestoras do fundo participam da gestão dos negócios, ofertam suporte estratégico e gerencial, oferecem apoio na seleção e formação da equipe, ajudam a definir metas e acompanham os resultados visando à aceleração e à consolidação do negócio no mercado. Os segmentos de atuação são predefinidos por cada fundo e uma empresa gestora que é responsável pela seleção.
Os fundos vão em busca dessas empresas, que são auditadas e verificadas pelas gestoras. Cada um deles tem suas exigências até que todo o processo seja concluído, o que demanda um certo tempo, explica o diretor de negócios do Bandes.
Após meses de negociação, a Aratu Equipamentos de Pesquisa, comandada por Nelio Augusto Secchin, acaba de assinar contrato com o fundo Seed4Science, que, sob gestão da Fundepar, tem como tese o investimento em empresas, em fase inicial de desenvolvimento, com grande diferencial tecnológico. A esposa dele, Diana Abreu, também é uma das diretoras da empresa.
A startup desenvolve e fabrica equipamentos para pesquisa e monitoramento ambiental para as mais diversas áreas das ciências exatas e naturais. A empresa nasceu dentro da TecVitória (incubadora de startups) e atende empreendimentos que demandam investigação e monitoramento ambiental, como engenharia de mineração, obras de engenharia costeira e fluvial, barragens, petróleo e gás, bem como pesquisas ambientais.
O nosso foco com esse aporte não é apenas financeiro, mas aproveitar a capacidade do fundo em gerar sinergia com o nosso planejamento estratégico, alinhado com o futuro. Ele, que vai atuar como um de nossos sócios, tem a característica de potencializar novos olhares para as empresas. O investimento não é imediato e vai ocorrer em alguns anos. Queremos dar um salto de qualidade nos processos desenvolvidos, focando no mercado brasileiro e da América do Sul. A partir de agora poderemos dar passos mais seguros, com um crescimento mais sustentável. Este é o melhor parceiro que poderíamos ter, afirma Secchin.
A Lume Robotics, que tem entre os proprietários Rânik Guidolini, está em negociação com um dos fundos de investimentos para receber aporte financeiro. A empresa lançou, em janeiro deste ano, o primeiro carro autônomo do hemisfério sul e nasceu como um desdobramento do projeto do carro autônomo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Com o recurso, esperamos nos consolidar no mercado de veículos autônomos, que é altamente visado e precisa de um grande domínio em tecnologia. Há uma grande demanda da indústria por esse tipo de serviço e estamos focados nesse ambiente industrial, comenta Guidolini.
A startup foi fundada em 2019 e conta com outros seis sócios. A empresa é responsável por desenvolver um sistema robótico avançado, formado por diversos softwares e toda logística de circuito de controle e sensores, atestando capacidade a veículos de vários portes, como carros, caminhões, ônibus, locomotivas e máquinas agrícolas, a trafegarem em ambientes industriais de forma totalmente autônoma, sem a necessidade de um motorista humano.
Há um grande volume de empresas com boas ideias no Estado e que precisam desse aporte financeiro e de auxílio na gestão.
Há ainda no mercado outros fundos de investimentos que apostam e startups e empresas inovadoras. É o caso da IFC (International Finance Corporation), que é membro do Banco Mundial. Em 2015, ela investiu mais de US$ 180 milhões em fintechs de todo o mundo. Dentre as startups estão a Creditas e o Guia Bolso.
A Readpoint eVentures tem apoio de fundos de investimentos de primeira linha do Vale do Silício, no Estados Unidos, além de instituições na China, Rússia e Alemanha. A gestora tem cinco sócios, sendo três brasileiros. Atualmente, são 31 investimentos em startups, como Viajanet e Gympass.
Já a Monashees+ costuma investir em negócios que ainda estão em estágio inicial. O portfólio conta com, pelo menos, 42 empresas investidas no mercado brasileiro. A gestora foi a descobridora de startups como a 99. Além disso, receberam investimentos fintechs como ContaAzul, Kitado e Bidu.
A Kaszek Ventures é uma das instituições que mais investem em fintechs, principalmente na América Latina. No Brasil, quem recebeu aporte do fundo foi a Nubank.
A Domo Invest, gestora de fundos de investimento em venture capital (capital de risco), criou um fundo especialmente para investir até R$ 200 milhões que será aplicado em até 20 startups
Quem pode se candidatar?
Quem pode se candidatar?
Quem pode se candidatar?
Quem pode se candidatar?
Para receber os investimentos, são necessárias as seguintes etapas de avaliação:
Fonte: Bandes
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta