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Galpões do IBC podem dar lugar a apartamentos e até salas de cinema

Galpões do IBC podem dar lugar a apartamentos e até salas de cinema

Especialistas do mercado afirmam que local é de grande interesse imobiliário por estar localizado na região central de Jardim da Penha. Imóvel faz parte de uma lista de unidades pertencentes à União que serão vendidos nos próximos meses

Publicado em 22 de julho de 2020 às 19:37

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Galpões do IBC, em Jardim da Penha
Galpões do IBC, em Jardim da Penha. (Conab/Divulgação)

Os galpões do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Jardim da Penha, Vitória, podem dar lugar a um condomínio de apartamentos, lojas, um centro comercial, salas de cinema e até uma área verde. No entanto, a destinação do local vai depender de quem estiver disposto a dar um lance inicial de R$ 35 milhões pelos 33 mil m² de área.

O imóvel faz parte de uma lista de unidades pertencentes à União que serão vendidos nos próximos meses. Especialistas em imóveis garantem que a notícia traz novas perspectivas para o mercado, principalmente pelas áreas de Vitória, que ofereciam pouco espaço para novos projetos. O governo federal também colocou à venda o campo do Santa Cruz, em Santa Lúcia, e um terreno de mais de 2,4 mil m² na Avenida Vitória.

Os galpões do IBC, hoje de posse da Conab, sempre foram alvo de especulações imobiliárias por estarem localizados na região central de Jardim da Penha. O local  tem um grande potencial para empreendimentos comerciais e habitacionais, segundo especialistas. O edital para a venda está previsto para novembro.

Jardim da Penha, em Vitória, é um dos bairros onde o metro quadrado está entre os mais caros da Capital, perdendo apenas para Mata da Praia e Praia do Canto. A metragem custa, em média, R$ 9 mil. É importante lembrar que o Plano Diretor Municipal (PDM) permite a construção de edifícios de até cinco andares.

O presidente da Ademi-ES, Sandro Carlesso, ressalta que os imóveis que serão colocados à venda pelo governo federal estão ociosos e têm um alto custo de manutenção. O dinheiro arrecadado pela venda dessas unidades poderá ser revertido para temas centrais do governo, como saúde, segurança pública e infraestrutura.

“A área do IBC é muito interessante para o mercado, porque está no meio do bairro em que hoje não existe possibilidade de construir grandes empreendimento por falta de espaço. No local, é possível desenvolver projeto residencial, com condomínio desenvolvido em forma de clube, com ruas entre os edifícios, trazendo uma maior segurança para os moradores. O condomínio também pode contar com outros tipos de serviços para dar ainda mais comodidade a seus moradores. O bairro tem aptidão para qualquer tipo de investimento”, avalia.

O especialista em mercado imobiliário José Luiz Kfuri concorda com o potencial residencial e comercial da região e também destaca o potencial para os galpões do IBC se tornarem área cultural.

“A área dos galpões é um objeto de desejo do mercado. É possível construir apartamentos, lojas, agregando também uma parte de alimentação e parte cultural, como cinemas. Hoje, o bairro tem apenas duas salas de cinema e essa pode ser uma possibilidade. Pode ser desenvolvido ainda um projeto residencial com um núcleo comercial diversificado”, afirma Kfuri.

Samir Ginaid, diretor comercial da Rio Realty, que atua como consultoria do mercado imobiliário, aposta na construção de apartamentos com espaço livre para área de lazer. “Todo mundo sabe do potencial dessa região. Como o terreno é bem grande, dá para desenvolver inúmeros projetos”, destaca.

O presidente do Sinduscon-ES, Paulo Baraona, afirma que o investimento vai depender dos planos de quem adquirir o imóvel. Ele aponta também um potencial para que seja construído um shopping ou centro comercial no local. “Lojas comerciais e apartamentos também são as apostas. A venda dos galpões do IBC e de outros imóveis da União trazem ânimo para o mercado, além da geração de novos empregos”, finaliza.

OUTROS IMÓVEIS

A União também vai colocar à venda o campo Santa Cruz, em Santa Lúcia, localizado em uma região que chama a atenção pelo potencial comercial. Porém, os especialistas destacam que, de acordo com o PDM de Vitória, a unidade está localizada em uma região de preservação ambiental.

“O local onde fica o campo é uma região financeira forte, mas com dificuldades de acesso. Quem investir no local vai precisar de um projeto urbanístico muito bem estruturado. Se for a construção de um condomínio, por exemplo, terá poucas opções de entrada”, explica o diretor comercial da Rio Realty, Samir Ginaid.

O m² em Santa Lúcia, segundo especialistas, varia, em média, de R$ 7.500, a R$ 8.000. O campo está avaliado em R$ 6,5 milhões e tem uma área de 6.355m².

Há, ainda, dentre os empreendimentos da União, um terreno de 2.431m² na Avenida Vitória, que terá um lance inicial de R$ 4,8 milhões. O edital está previsto para ser divulgado em agosto deste ano.

“Há um grande potencial nessa região, mas ela ainda é pouco explorada. Tradicionalmente, a avenida que corta vários bairros é voltada para a área comercial, mas muitas construtoras já apostam em empreendimentos residenciais nesta região. As pessoas procuram comodidade e estar perto do trabalho é uma delas”, afirma o especialista no mercado imobiliário e construção civil, Thiago Abreu.

Na Avenida Vitória, o metro quadrado varia de R$ 5,5 mil a R$ 6,5 mil, em média. Em Bento Ferreira, a metragem custa R$ 7,5 mil.

MERCADO PÓS-PANDEMIA

A pandemia do novo coronavírus fez crescer a procura por imóveis com mais espaços dentro dos apartamentos. Segundo o diretor comercial da Rio Realty, Samir Ginaid, os imóveis mais compactos deverão perder espaço no mercado.

“Como as pessoas estão mais em casa, fazendo exercícios e trabalhando, por exemplo, viram a necessidade de procurar um imóvel com varandas e salas maiores, além de espaço para acomodar melhor um home office. Será preciso readequar projetos para que as áreas internas fiquem maiores. As áreas de lazer com academia e piscina perderam espaço porque ninguém pode usar. As pessoas estão procurando muito apartamentos de cobertura e condomínios de casas”, cita o especialista.

Para o presidente do Sinduscon-ES, Paulo Baraona, a aposta do mercado imobiliário deve ser voltada para condomínios com mais prestações de serviços, como lavanderia e área de alimentação.

“Apartamentos com layouts a mais e com maior conectividade de internet no condomínio são uma grande tendência”, afirma.

O especialista no mercado imobiliário e construção civil Thiago Abreu também observa uma mudança no comportamento do consumidor. Ele destaca que, antes da Covid-19, os empreendimentos com maior valor agregado eram aqueles com grande áreas de lazer.

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“Há uma grande chance de reformulação do conceito moradia pós-covid. As pessoas perceberam que a área social dentro de um apartamento deve ser maior do que as atuais. Com as pessoas mais em casa, elas perceberam outras necessidades, ou seja, os espaços terão que ser mais inteligentes. Esse será um grande desafio do mercado imobiliário: repensar as áreas privadas”, ressalta.

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