O consumidor está voltando para casa com o tanque mais cheio, gastando menos. Quem precisou abastecer o carro ou a moto nos últimos dias já percebeu que a gasolina está mais barata. O litro do combustível já está sendo encontrado a R$ 3,64 em postos da região da Grande Vitória, no Espírito Santo. Este é o menor preço dos últimos dois anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
De acordo com o histórico de preços da ANP, a semana do dia 1º de abril de 2018 foi a última vez em que o valor do litro da gasolina chegou ao patamar atual. Naquela época, o valor mínimo do litro foi comercializado a R$ 3,63 (os números usados não estão corrigidos pela inflação).
Nesta segunda-feira (27), a reportagem de A Gazeta pesquisou o preço da gasolina em 31 postos de combustíveis da Grande Vitória (confira a lista no final da matéria). O litro mais barato foi encontrado em um posto localizado na BR 262, em Cariacica (R$ 3,64), já o valor mais elevado (R$ 3,89), em postos de três municípios (Cariacica, Viana e Vitória). O valor médio entre os municípios foi de R$ 3,73.
Se considerarmos o valor médio do combustível pesquisado por A Gazeta, o litro de gasolina está, aproximadamente, 20,6% mais em conta do que no início do ano. De acordo com os dados da ANP, na semana do dia 5 de janeiro, com R$ 100 era possível comprar 21,3 litros de gasolina (vendida a R$ 4,69/l).
Já nesta segunda, com esse mesmo valor era possível adquirir 26,8 litros (comercializada, em média, a R$ 3,73).
A queda nos preços da gasolina e outros derivados do petróleo está diretamente atrelada à guerra entre Arábia Saudita e Rússia sobre preço e produção de petróleo. Além desse, outro fator também contribui para que o valor do combustível permaneça no patamar atual: a menor demanda mundial pela commodity, devido ao impacto da pandemia do coronavírus.
O alto volume do produto em estoque e a redução da demanda vêm fazendo com que o preço da commodity despenque. No início deste ano, o preço do barril do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres e referência para a Petrobras e os negócios no Brasil, chegou próximo a US$ 59,57 em janeiro. Já nesta segunda-feira, fechou sendo cotado em US$ 23,02. Com isso, ele desvalorizou 61,35% em menos de quatro meses.
Em meio a essa tempestade internacional, a Petrobras vem em uma sequência de cortes do preço da gasolina nas suas refinarias. Isso porque a política de preços praticada pela empresa está diretamente ligada à comercialização do produto no exterior. Se a commodity se valoriza, ela sobe os preços e, com isso, o combustível encarece para o consumidor.
Já se o oposto ocorre, ela repassa a queda. Esse é o cenário que vem acontecendo nas últimas semanas. Na última sexta-feira (24), a Petrobras anunciou um corte de 5% no valor do litro. Essa retração ocorre apenas dois dias após ela ter reduzido os preços em 15%.
De acordo com a Petrobras, com a nova redução de valores, o preço médio do litro da gasolina nas refinarias chegará a R$ 0,91. Esse é o menor preço cobrado pela estatal desde o dia 31 de outubro de 2011. Ao longo do ano, a queda acumulada supera os 50%.
Para que a gasolina chegue mais em conta para o consumidor, toda a cadeia do petróleo precisa repassar as alterações de valores. Com o barril de petróleo mais barato, a Petrobras vem realizando cortes de preços nas refinarias, e, com isso, o combustível chega, em média, 17,1% mais barato para os postos de combustíveis.
Na primeira semana de janeiro, o litro de gasolina era vendido aos postos, em média, a R$ 4,19. Já na semana do dia 12 de abril esse valor caiu para R$ 3,47, segundo dados da ANP.
A reportagem procurou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) para comentar a redução de preços da gasolina, mas, até as 19h30 desta segunda-feira (27), ele não respondeu.
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