A alta dos preços da gasolina e dos serviços de educação tem pressionado o bolso do consumidor e impactado bem forte a inflação na Grande Vitória, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador avançou 1% em fevereiro em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É mais que o dobro da variação em janeiro (0,44%) e o pior fevereiro da série histórica iniciada em 2014
As despesas com ensino, que avançaram 7,08% no início do ano letivo - bem acima da média nacional, de 2,48%. O encarecimento das despesas tem ligação não apenas com o reajuste anual, mas também com o fato de que as instituições, que no ano passado haviam reduzido as mensalidades escolares em função da pandemia, já voltam a praticar os preços habituais.
Neste cenário, gastos com ensino fundamental, por exemplo, subiram 13,07% nas principais cidades do Espírito Santo. Já as despesas com pré-escola ficaram 11,7% mais caras. Ensino médio (8,76%) e ensino superior (4,97%) também tiveram reajustes.
Mas mandar o filho para a escola não foi só o que pesou no bolso do consumidor no mês passado. Em meio a uma sequência de reajustes no preço dos combustíveis, os gastos com transportes avançaram, em média, 2,2%. A gasolina, que, no mês passado, já era vendida muito acima dos R$ 5 em postos do Estado, acumulou inflação de 7,38% no mês. Quase contraditoriamente, a inflação do transporte por aplicativo recuou 7,44% em fevereiro.
O óleo diesel, que foi motivo de embates entre o governo federal e os caminhoneiros, levando a interferências na Petrobras e a uma redução temporária do Pis/Cofins sobre o combustível, teve alta de 3,9%.
Também houve alta no preço dos artigos de vestuário, que ficaram 0,97% mais caros. Em meio aos avanços da pandemia, também cresceu a demanda por produtos e serviços de saúde e cuidados pessoais, que acumularam inflação de 0,8% no mês.
Reajustes também afetaram os artigos para residência, cujos preços aumentaram em 0,77% em relação a janeiro. Os gastos com habitação (0,38%), comunicação (0,22%) e despesas pessoais (0,22%) também aumentaram.
Já as despesas com alimentação e bebida, que puxaram a inflação ao longo de 2020, e ainda em janeiro acumulavam variação positiva, perderam fôlego em fevereiro, com queda de 0,91%. Foi o único segmento, aliás, em que houve queda de preços no mês passado.
No país, o IPCA acumulou alta de 0,86% em fevereiro – mais que o triplo dos 0,25% registrados em janeiro, e o maior índice para o mês desde 2016 (0,9%). No ano, o indicador acumula alta de 1,11%. Em 12 meses, 5,2%.
A principal alta está relacionada aos gastos com educação, que subiram 2,48%. Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o dado capta, principalmente, os reajustes das mensalidades cobradas pelas instituições de ensino.
'Além disso, verificamos que em alguns casos houve retirada de descontos aplicados ao longo do ano passado no contexto de suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia."
A segunda maior variação vem dos gastos com transporte (2,28%). Com alta de 7,11%, a gasolina foi, individualmente, o item que mais impactou o índice no mês, conforme explicou o pesquisador. “Temos tido aumentos no preço da gasolina, que são dados nas refinarias, mas uma parte deles acaba sendo repassada ao consumidor final. No início de fevereiro, por exemplo, tivemos um aumento de 8%, e depois de mais de 10%. Esses aumentos subsequentes no preço do combustível explicam essa alta."
Além da gasolina, os preços do etanol (8,06%), do óleo diesel (5,40%) e do gás veicular (0,69%) também subiram.
Os gastos com alimentação e bebidas, que foram os vilões da inflação em 2020, avançaram 0,27%, mas perderam força pelo terceiro mês seguido. O pesquisador do IBGE explica que essa desaceleração está ligada à redução de alguns itens que haviam subido bastante ao longo do ano passado, como o óleo de soja e o arroz. Por outro lado, as carnes tiveram uma ligeira queda de preços em janeiro, com queda de 0,08%, agora voltaram a subir.
Artigos de residência (0,66%), saúde e cuidados pessoais (0,62%), habitação (0,4%), vestuário (0,38%), e despesas pessoais (0,17%) também tiveram variação positiva. Já os gastos com comunicação (-0,13%) apresentaram desempenho negativo.
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