Mais um passo foi dado para que o Espírito Santo ganhe uma nova plataforma de produção de petróleo e gás. A Petrobras concluiu o processo de licitação para seleção da empresa que vai operar o FPSO Integrado Parque das Baleias, navio-plataforma que será instalado no campo de Jubarte, no Litoral Sul capixaba.
A estatal assinou, nesta sexta-feira (12), uma carta de intenção com a gigante asiática Yinson Production PTE Ltd. para afretamento e prestação de serviços da unidade. A empresa, com sede na Malásia, é a sexta maior do mundo no mercado de locação de plataformas, com 16 projetos concluídos ao redor do planeta.
Trata-se do maior e mais aguardado investimento do setor para o Estado desde 2014. O FPSO, cuja sigla em inglês significa unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo, tem previsão de início da produção para o quarto trimestre de 2024.
Caberá a Yinson a contratação da construção da plataforma. Os contratos de afretamento e de serviços terão duração de 22 anos e 6 meses, contados a partir da aceitação final da unidade, ou seja, após a conclusão do FPSO e aprovação das instalações pela Petrobras.
O investimento está previsto no plano de negócios da Petrobras há tempos, mas passou por uma série de adiamentos. Originalmente, a ideia era que o início da operação ocorresse em 2021. Mas essa previsão passou para 2022, depois para 2023, e, por fim, para 2024.
Em setembro, a colunista Letícia Gonçalves, de A Gazeta, mostrou que o processo de licitação da plataforma andava a passos lentos, uma vez que, até então, somente uma empresa havia manifestado interesse no projeto, mas o valor a ser negociado foi considerado muito alto.
O temor, diante disso, era de que a licitação fosse cancelada e que o início de operação da plataforma acabasse empurrado ainda mais para a frente.
Ainda em setembro, porém, o gerente-geral da Unidade de Negócio da Petrobras no Espírito Santo (UN-ES), César Cunha de Souza, garantiu em um evento que o projeto estava mantido e seguia como prioritário na carteira da estatal.
Na ocasião, o executivo explicou ainda a próxima etapa do investimento: "Está em contratação o FPSO e a nossa expectativa é, assim que terminar esse processo, que ele siga para sua construção e depois implantação da plataforma, que vai atuar majoritariamente na produção do pré-sal", declarou.
O Integrado Parque das Baleias é o projeto mais importante previsto pela Petrobras desde 2014 para o Espírito Santo, quando foi iniciada a atividade da plataforma P-58, atualmente a principal produtora do Estado.
O investimento na nova plataforma é estimado em cerca de R$ 5,6 bilhões. Ela vai extrair óleo e gás da camada pré-sal no campo de Jubarte, na região petrolífera denominada Parque das Baleias, Litoral Sul do Estado.
O projeto prevê a interligação de 17 poços ao FPSO, sendo nove produtores de óleo, oito injetores de água, por meio de infraestrutura submarina composta por dutos flexíveis, umbilicais eletro-hidráulicos e as chamadas árvores de natal molhadas.
O empreendimento, quando estiver operando, deve produzir 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
A área de Parque das Baleias é formada pelos campos de Jubarte, Baleia Anã, Cachalote, Caxaréu, Pirambú e Mangangá. O primeiro campo, de Jubarte, foi descoberto em 2001. A região é a que mais produz óleo e gás no Estado e conta com reservatórios na camada pré-sal.
Em 2019 a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) celebraram um acordo para a prorrogação do prazo de concessão até 2056 do novo campo de Jubarte unificado, o que viabiliza a implantação do novo sistema de produção do Projeto Integrado do Parque das Baleias, além de projetos complementares na área.
Atualmente, estão em operação quatro plataformas: P-57, P-58, FPSO Cidade de Anchieta e FPSO Capixaba, sendo que este último operará apenas até 2022.
Essas plataformas se localizam na área litorânea entre os municípios de Presidente Kennedy, Marataízes, Itapemirim e Anchieta, há pelo menos 75 quilômetros da costa.
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