A CSN Cimentos anunciou nesta sexta-feira (10) a compra das operações brasileiras da suíça LafargeHolcim, gigante do setor, por US$ 1,025 bilhão. Como apurou o Estadão, o negócio inclui as cinco plantas integradas de produção de cimento que operam no país, quatro estações de trituração, seis unidades de agregação e 19 unidades de mistura de concreto.
A venda inclui, portanto, a fábrica localizada na Serra, na Região Metropolitana de Vitória, que é especializada na moagem. A empresa emprega cerca de 1,4 mil trabalhadores no país — sendo aproximadamente 100 no Espírito Santo, entre funcionários diretos e indiretos.
A Gazeta mostrou em abril que a LafargeHolcim, maior fabricante de cimento do mundo, estava buscando vender todos os seus ativos no país para reduzir os níveis de endividamento da companhia. À época, a filial brasileira da empresa suíça tinha 10% do mercado brasileiro de cimentos.
Hoje, a LafargeHolcim tem pouco mais de uma dezena de fábricas no país, inclusive a unidade de moagem na Serra, adquirida do grupo Paraíso na década de 1990.
A planta, em funcionamento desde meados da década de 1980, aproveita a escória de alto-forno (um tipo resíduo da siderurgia) da ArcelorMittal Tubarão, que é moída, secada e redistribuída para outros locais do país, mas que também é utilizada na produção de cimento pela fábrica no Estado.
Em comunicado ao mercado nesta sexta, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informa que a aquisição "adiciona uma capacidade produtiva à da CSN Cimentos de 10,3 milhões de toneladas de cimento por ano (“MTPA”) por meio de plantas de cimentos estrategicamente localizadas no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, além de substanciais reservas de calcário de alta qualidade e unidades de concreto e agregados".
Com a operação, a CSN aposta no crescimento do setor no país. "Este movimento se insere na estratégia de expansão da CSN Cimentos em meio à recuperação do consumo de cimento no Brasil, demonstrando a capacidade da empresa de assumir papel de destaque no setor", diz o fato relevante.
Em função da concentração do mercado, o processo deve passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o órgão antitruste brasileiro. Mas, caso a venda se concretize, a LafargeHolcim se somará a outras multinacionais, como Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz, que deixaram o Brasil nos últimos meses, em meio à crise econômica e política.
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