Com o crescimento da demanda por combustíveis renováveis na esteira da transição energética, o Espírito Santo caminha para ter três usinas para produzir biometano. Além da que já está sendo negociada para ser implementada em Cariacica, pela Marca Ambiental, o governo também busca viabilizar a construção de mais duas, em Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim, a partir de um acordo com o Grupo Lara, que tem aterros sanitários nas duas cidades.
O biometano é equivalente ao gás natural, mas com diferença na origem. Enquanto o gás natural é um combustível fóssil, normalmente associado ao petróleo, o biometano é o gás tratado com origem nos resíduos orgânicos, portanto, uma energia renovável.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (26), durante apresentação do plano de investimentos da ES Gás para o Espírito Santo em 2024. A empresa prevê R$ 100 milhões em investimentos em ampliação da rede, incluindo a incorporação do biometano, trazendo energia renovável para a rede de gás natural.
De acordo com Fábio Bertollo, diretor-presidente da ES Gás, dos R$ 100 milhões previstos de investimento na empresa no Espírito Santo, cerca de R$ 10 milhões serão destinados para sustentar o crescimento do consumo de gás natural no setor industrial, o que engloba também o biometano.
O vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, ressalta que a expectativa é produzir de 200 a 250 mil metros cúbicos por dia de gás a partir das três usinas de biometano planejadas, o que equivale à injeção de 10% de energia renovável ao volume de gás natural operado atualmente. Para viabilizar os investimentos, o governo também estuda uma linha de financiamento vinculada ao Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
"Estamos fazendo um grande esforço para incorporar três usinas de biometano à rede de gás natural. Cada um dos investimentos fica em torno de R$ 60 milhões a R$ 70 milhões. Estamos conversando com os grupos e estimulando os empresários a fazer esse investimento. O gás precisa ser purificado por um processo tecnológico para depois ser conectado à rede", explica Ferraço.
Para o governador Renato Casagrande, o investimento em biometano é fundamental para lançar energia renovável na rede de distribuição. Ele destaca, ainda, que a partir deste ano o Estado conta com uma política de redução do ICMS para uso de gás natural, para tornar mais competitiva a sua utilização pelas indústrias.
"Queremos que os investimentos sejam potencializados nesta década porque, depois de 2029 e 2030, começa a ter a redução dos incentivos. Ter uma rede de distribuição de gás para a atividade econômica é fundamental", frisa.
Outra frente de investimento prevista no Plano de Aceleração é a ampliação do consumo de GNV (gás natural veicular) em veículos leves e pesados. Além do benefício ao motorista, que conta com um combustível competitivo, a ampliação do GNV contribui, decisivamente, para a descarbonização, uma vez que diminui em 20% a emissão de CO² (gás carbônico) e 90% de materiais particulados. Para esse plano, estão previstos R$ 5,6 milhões.
Segundo a ES Gás, a empresa tem focado no desenvolvimento da infraestrutura de abastecimento (postos) em locais estratégicos nas principais rodovias do Espírito Santo, que se conectam à Região Sudeste como um todo. A empresa está preparando a estrutura desses postos para viabilizar o abastecimento rápido da frota pesada, pavimentando, assim, o caminho para os investimentos dos grandes frotistas na conversão da frota pesada. As parcerias ainda estão sendo discutidas.
“O compromisso da ES Gás é contribuir para acelerar o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo através da ampliação da distribuição de gás natural gerando alternativa e maior competitividade para todos os consumidores: para os clientes residenciais, oferendo melhor qualidade de vida, segurança e comodidade; para os clientes comerciais e industriais, gerando mais rentabilidade e um serviço de maior qualidade; além do reforço do sistema para sustentar o crescimento do consumo de gás natural e de biometano, viabilizando a transição energética das indústrias”, explica Bertollo.
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