Iniciado há uma semana, o protesto de caminhoneiros que atuam em portos do Espírito Santo foi encerrado na noite de terça-feira (17), após negociação com as empresas de comércio exterior. O movimento grevista, segundo a categoria, foi resultado do descumprimento do reajuste de 26%, previsto para o início do mês, após acordo coletivo.
A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Espírito Santo (Transcares), e pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que, na segunda-feira (17), informou que a greve vinha impactando seriamente a movimentação de cargas nos portos, em especial a “movimentação de contêineres e granéis sólidos, que representam 80% da movimentação do porto.”
Uma fila de navios chegou a se formar, conforme noticiou o colunista de A Gazeta, Abdo Filho. Nesta quarta (18), a Codesa confirmou que recebeu a informação de que a greve foi encerrada e o serviço foi normalizado no Porto de Vitória.
Um dos pontos afetados pela paralisação foi o Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), que embora estivesse aberto e operando normalmente em sua plena capacidade, teve as atividades prejudicadas porque nenhuma carga conseguia chegar ou sair do local. “Esta relação comercial não é com o Terminal e sim com as empresas exportadoras, importadoras e terminais REDEX.”
Cerca de 2.000 contêineres de importação descarregados chegaram a ficar retidos no pátio do TVV, entre vazios e cheios (DTC e DI). “Na exportação, deixamos de receber aproximadamente 1.000 contêineres", informou a Log-In, empresa responsável pela gestão do terminal.
Além disso, é importante destacar que o TVV não é o contratante dos serviços prestados pela categoria do movimento grevista. Quem contrata, via de regra, são os embarcadores (exportadores) e recebedores (importadores)”.
A paralisação era realizada por caminhoneiros autônomos, contratados por embarcadores (exportadores) e recebedores (importadores). O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam-ES) foi procurado, mas não se manifestou até a conclusão desta reportagem. O texto será atualizado quando houver retorno.
O presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira, informou que recebeu a notícia do fim da paralisação dos autônomos ainda na noite de terça-feira (17). Na visão dele, "serviu o bom senso, o diálogo e a negociação justa, de ambos os lados. Todas as partes se mostraram pensando num bem maior, o desenvolvimento do Estado".
Os caminhoneiros iniciaram o protesto na última quarta-feira (11). Álvaro Luiz Ferreira, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos no Espírito Santo (Sindicam), declarou, na segunda-feira (16), à reportagem de A Gazeta, que a paralisação começou após constatarem que empresas não cumpriram o acordo do reajuste dos insumos da categoria, que chegou a 26%, considerando a inflação do período, mais ganho real e o "gatilho", um percentual adicional devido aos constantes aumentos no valor do diesel.
Ferreira contou que cerca de 30 transportadoras assinaram o acordo, porém de 30 a 40 ainda não haviam assinado na ocasião. Apesar de o movimento ter sido deflagrado no dia seguinte a mais um aumento do diesel, o presidente do Sindicam assegurou que a paralisação não tinha relação direta com o preço do combustível, embora faça parte da composição do índice de reajuste da categoria. Ferreira afirmou ainda que as negociações com as empresas começaram dois meses antes da data-base do dissídio, 1º de maio, e o início da greve logo depois da elevação do valor do diesel foi coincidência.
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