A greve dos petroleiros que acontece em todo o Brasil vai afetar a produção offshore (em mar) de petróleo no Espírito Santo. Isso porque na manhã desta terça-feira (11), os trabalhadores que iriam embarcar para a troca de turno na plataforma P-58 também aderiram à manifestação.
A P-58 atua no Parque das Baleias, porção capixaba da Bacia de Campos. Ela tem capacidade para produzir mais de 120 mil barris de petróleo por dia e armazenar até 4 milhões de m³ de gás natural. De acordo com o coordenador interino do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo, Valmisio Hoffmann, cerca de 160 empregados trabalham na plataforma.
Não quer dizer que todos os 160 estão parados. O grupo que iria fazer a troca do turno não embarcou e parte dos que estão na P-58 já pediu para desembarcar. Com isso, ficará na plataforma apenas a equipe de contingência, para que não ocorra nenhuma acidente, explicou Hoffmann.
Além da P-58 - primeira plataforma offshore que foi paralisada no Estado - também há registros de redução de trabalhadores no Terminal Aquaviário de Vitória (Tevit), que recebe combustível no Porto de Tubarão, na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares, e no Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), em Aracruz, que também recebe gás natural.
No Espírito Santo devemos ser cerca de 500 trabalhadores em greve. Com o TABR e a UTGC paralisados, pode haver problemas no transporte de gás natural, informou o coordenador interino do Sindipetro.
Na semana passada, o prédio administrativo conhecido como "base 61" da estatal, em São Mateus, a Estação de Tratamento de Fazenda Alegre (EFAL), em Jaguaré, e a própria UTGC, em Linhares, já tinham sentido os impactos do movimento. Outra ação que chamou a atenção na Grande Vitória foi a entrega de vouchers para o abastecimento com desconto.
O movimento grevista dos petroleiros já chega a 13 Estados, com adesões em 92 unidades da Petrobras. Já são 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
A categoria reivindica a revisão do fechamento da fábrica de fertizantes Fafen no Paraná e o cumprimento de cláusulas de Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) da Petrobras e de suas subsidiárias. Eles também se manifestam contra a política de preços de combustíveis da estatal.
Procurada, a Petrobras informou que as unidades estão operando em condições adequadas de segurança, com reforço de equipes de contingência e não há impacto na produção. As entregas de produtos ao mercado também seguem normais. Nas unidades offshore, os grevistas desembarcaram e a operação é feita por empregados próprios treinados que integram as equipes de contingência.
A empresa também já havia informado que a medida foi autorizada pela Justiça, uma vez que a ordem judicial de manter em serviço o mínimo de 90% do efetivo - determinada na semana passada pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) - não vem sendo cumprida pelos sindicatos.
Em nota, a empresa informou que "considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos".
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