Após a confirmação de três casos de aves silvestres infectadas com a influenza aviária no Espírito Santo — situação inédita no país —, o setor de avicultura intensificou as medidas para as granjas não serem atingidas com o vírus H5N1, que provoca a doença nas aves. A intensificação das medidas de biossegurança é necessária visto que se o vírus chegar no aviário pode dizimar uma granja inteira em poucos dias.
A principal medida é o isolamento dos aviários, de acordo com o diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), Nélio Hand. Ele ressaltou que associação já trabalha com protocolos de biossegurança desde 2007 para evitar a disseminação do vírus, que já tinha sido identificado em anos anteriores em países da América do Norte e América do Sul.
"Iniciamos um processo de reunião das prefeituras, principalmente dos municípios onde a produção é concentrada, fazendo orientação no sentido de proteger as granjas, de bloquear realmente o acesso para quem não tenha necessidade. Ficam proibidas visitas, sendo acesso restrito às pessoas que fazem parte do dia a dia da produção. Também estão sendo revisadas as telas e cercas para evitar a entrada de animal silvestre ou qualquer outro tipo de animal que possa ser vetor de enfermidade", detalha.
Foram estabelecidas ainda medidas de barreiras sanitárias. Quem acessa precisa tomar banho para entrar e sair e usar vestimenta e equipamento de proteção apropriado. O veículo que acessa a granja também precisa ser desinfectado na entrada e na saída. Tudo isso acompanhado por um responsável técnico, que é um médico veterinário.
"Isso nos dá uma confiabilidade e segurança para que as granjas estejam protegidas dessa enfermidade. É um trabalho que vem sendo feito há anos e vem mostrando efeito que pode proteger o plantel capixaba e a economia local", destacou Hand.
O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou que as medidas de biossegurança são importantes também para a economia do Espírito Santo, visto que o Estado é o terceiro maior produtor de ovos do país, com 15 milhões de unidades por dia. A produção abastece também outros estados.
Já a produção de carne de frango também é importante, sendo que o Espírito Santo abate 250 mil aves por dia. Essas proteínas são distribuídas no Espírito Santo e também vendidas para o resto do país, além de serem exportadas.
Por enquanto, não deve haver proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros visto que os casos não afetam a condição do Brasil como país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicida (IAAP).
Bergoli frisou que também não há risco de desabastecimento ou no consumo de ovos e aves.
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