Um pátio localizado na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usado como base do esquema de fraudes nos combustíveis revelado pela Operação Naftalina, deflagrada nesta terça-feira (12).
Segundo a Polícia Federal, no local a organização criminosa recebia os caminhões com produtos que seriam utilizados para “batizar” a gasolina vendida por pelo menos oito postos na Grande Vitória. Os estabelecimentos foram interditados.
Segundo as investigações, a organização criminosa adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado de uma empresa na Bahia, que emitia notas como se a carga fosse ser destinada ao Estado de São Paulo, mas desviava os produtos, por meio de caminhão, até a Grande Vitória.
Em solo capixaba, esse material era levado até o pátio clandestino, onde os dois materiais eram misturados e a eles era adicionado um corante para dar coloração de gasolina.
O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, explicou ainda que diversas pessoas estavam envolvidas no esquema, chefiado de dentro da cadeia por um suposto miliciano, e trabalhavam na adulteração do combustível.
“Tudo indica que a organização criminosa misturava nafta com álcool hidratado, e misturava um corante para dar um aspecto de que esse líquido era gasolina. Só que, na verdade, não se tratava de gasolina. Se trata de um produto adulterado, que certamente vai danificar os carros, vai prejudicar a economia popular, e atinge indiscriminadamente todas as pessoas.”
Conforme explicou o delegado da Polícia Federal, Vinicius Venturini, esses produtos utilizados geralmente têm outras destinações.
“Esse nafta era para solvente, tinta, plástico, não para ser combustível, e estava sendo utilizado na mistura, juntamente com álcool hidratado. Normalmente, na gasolina é utilizado o álcool anidro, que não tem água. Por isso, quando foram feitas as verificações desses combustíveis, verificou-se uma quantidade muito grande de água no combustível, que não é normal e não é permitido.”
Oito postos vendiam o combustível adulterado e foram interditados na operação. São eles:
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Espírito Santo (Sindipostos) afirmou em nota que "repudia toda e qualquer prática que não esteja em conformidade com as regras do setor, mas respeitando o direito de defesa dos envolvidos."
A entidade ainda complementou: "O Espírito Santo tem, historicamente, segundo o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP, um dos melhores índices de qualidade do Brasil. Os fatos que estão sendo investigados são pontuais e, como se viu, praticados por novos entrantes oriundos de outros Estados. Ou seja, não representa a realidade do nosso mercado", diz a nota.
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