A capixaba Kora Saúde, dona da Rede Meridional e uma das maiores redes de hospitais privados do país, realizou sua estreia na Bolsa de Valores brasileira, a B3, em São Paulo, nesta sexta-feira (13), tornando-se a terceira companhia criada no Espírito Santo a negociar ações no país.
Na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), cada ativo da Kora Saúde (KRSA3) foi comercializado a R$ 7,20. Mas já nas primeiras horas após o início do pregão, os papeis apresentavam valorização. No encerramento, as ações apresentaram ganhos de 11,67%, chegando a R$ 8,04, após chegarem a avançar 18,89% na máxima do dia.
O IPO da rede foi coordenado por Itaú BBA, líder da oferta, além de Bradesco BBI, XP Investimentos, Santander Brasil, JPMorgan e Safra.
A companhia levantou nesta sexta R$ 769,9 milhões considerando a oferta base e a venda de cerca de 10% de ações adicionais. Conforme já adiantado em reportagem de A Gazeta, parte do montante arrecadado com a aquisição dos ativos deve ser utilizado na ampliação da rede, que conta hoje com 11 unidades próprias.
Segundo analistas de mercado ouvidos pela reportagem, a estreia da Kora na Bolsa de Valores foi extremamente positiva. Eles ponderaram que essa volatilidade no primeiro dia é natural e que a empresa venceu barreiras para conseguir colocar a oferta de ações na praça.
O grupo, que nasceu com o Hospital Meridional Cariacica, em 2001, tem sete hospitais no Espírito Santo, além de duas unidades em Tocantins, uma em Brasília (DF) e uma no Mato Grosso.
Antes da Kora Saúde, os únicos negócios criados no Espírito Santo que estavam na B3 eram a Fertilizantes Heringer, que abriu capital em 2007, e o Banestes, que está na Bolsa desde 1977.
"A Kora foi uma oferta bem turbulenta. Três meses atrás eles tentaram vir no mercado e desistiram. Agora voltaram, modificando o preço do papel, que na primeira tentativa estava mais ou menos na barreira de R$ 11,50 até os R$ 15,50. Agora, eles conseguiram fazer essa captação de recurso no piso, que foi de R$ 7,20.
Logo no primeiro dia o movimento foi muito positivo. A ação abriu com mais de 18% de alta, um valor bem considerável, mas logo na sequência voltou para a casa dos R$ 8, R$ 8,10. Ficou negociando nessa faixa até 14 horas, com quase 10% de alta. Às 14 horas bateu novamente os R$ 8,40 e na sequência voltou para R$ 7,50. No final das contas, o papel fechou em R$ 8,04, uma variação de 11,67% positivo. Essa volatilidade é natural por ser o primeiro dia de negociação.
A Kora conseguiu fazer a captação de recursos e levantar mais de R$ 760 milhões, já considerando a oferta base e a venda de cerca de 10% de ações adicionais. Isso significa que eles venderam até mais que a oferta base, depois de desistirem três meses atrás. Apesar das turbulências, um sucesso. Agora é acompanhar o desempenho do papel nos próximos dias."
"Foi um IPO difícil de ser colocado no mercado. A princípio, seria uma oferta pública de ações, mas não houve liquidez. A companhia forçou um pouco e conseguiu uma oferta restrita.
Foi sim uma boa estreia, o papel valorizou bem. Mas o volume de ações negociados logo no primeiro dia, 6 milhões, não é um volume muito grande. Não chamou tanta atenção do mercado.
É mais uma opção para o investidor na Bolsa, é uma empresa capixaba que tem diversos ativos, mas o investidor deve ficar atento a esse volume de ações. A empresa vai ter que se esforçar para continuar crescendo."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta