Um homem de 39 anos, que estava foragido da polícia, foi preso na última quinta-feira (8) em Viana suspeito de ter envolvimento no esquema de venda clandestina de carnes no Espírito Santo. A prisão foi feita pela equipe da Delegacia Especializada de Segurança Patrimonial (DSP), em continuidade à Operação Abigeatus.
Com o detido, foram apreendidas quatro armas e munições. A prisão aconteceu na localidade rural de Tanque. De acordo com o titular da DSP, delegado Gianno Trindade, durante a operação realizada no dia 25 de setembro, na casa desse suspeito foram apreendidos 400 quilos de carne sem procedência.
Estamos investigando o envolvimento dele com a organização criminosa que foi desarticulada na Abigeatus. Se comprovado o envolvimento com os demais presos, ele poderá responder por crimes de maus-tratos previsto na lei de crimes ambientais e crimes contra relações de consumo, afirmou o delegado.
No dia 25 de setembro, oito pessoas foram presas e duas toneladas de carne imprópria para consumo foram apreendidas. A ação também resultou na apreensão de 15 toneladas de trigo usado para alimentação animal, sete armas, munições e R$ 24 mil, em espécie.
Agora, com a operação realizada nessa quinta-feira (8), a Abigeatus totaliza nove pessoas presas e 11 armas de fogo apreendidas, destacou o delegado.
O detido foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV), onde permanece à disposição da Justiça.
Pai e filho, donos do supermercado Gigante, alvo de operação policial no dia 25, em Cariacica, foram presos acusados de serem os chefes da organização criminosa que fazia o abate de carnes clandestinas.
De acordo com a polícia, os dois eram responsáveis pelo abate e estocagem da carne ilegal apreendida. Segundo apuração da TV Gazeta, os dois viviam em um sítio em Vila Cajueiro, também em Cariacica. Lá, os policiais ainda apreenderam três armas longas e um revólver.
Produtores rurais e comerciantes do Espírito Santo envolvidos no roubo de gado e de outros animais para abate comercializavam para açougues e supermercados carnes clandestinas e vencidas. O produto era comprado por consumidores como se fosse de boi, mas entre os produtos vendidos nos estabelecimentos tinham peças e embutidos feitas com carne de cavalo.
A fraude, além de provocar prejuízos financeiros aos donos dos animais roubados, também tem potencial de causar graves consequências à saúde de quem ingere. Segundo a Polícia Civil e também o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que investigavam o grupo há três meses, a carne, com procedência duvidosa, era mal armazenada e sem condições sanitárias para o consumo humano.
"Estavam matando cavalo e produzindo a carne, a linguiça, embutidos. Eles furtavam cavalo doente na pista, boi doente, animal que foi sacrificado por algum acidente e transformavam em carne para vender para a população", comentou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
De acordo com o delegado Giano Trindade, uma festa, realizada em Cariacica, chegou a servir apenas carne de cavalo para os convidados, como se fosse bovina.
"Nós iniciamos uma série de investigações, já passam de três meses, e nesse período nós identificamos duas associações criminosas responsáveis por arrecadar esse gado, por meio de furtos, animais de estrada. Uma pessoa é responsável pelo transporte, por levar os animais ao abate clandestino, as carnes então são distribuídas a restaurantes, açougues e supermercado. E depois vendidas ao consumidor final", explicou o delegado.
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