A Imetame Logística Porto recebeu nesta terça-feira (14) a autorização para o início das obras do terminal portuário que será construído em Aracruz, Norte do Estado. A empresa estima um investimento na ordem de R$ 1 bilhão para a conclusão dos trabalhos. A previsão é que a obra tenha início no segundo semestre deste ano. A construção deve estimular a criação de até 950 vagas de trabalho de forma direta e indireta.
A autorização foi assinada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, durante uma reunião virtual entre representantes da empresa, do governo, parlamentares do Espírito Santo e representantes do setor produtivo capixaba. Havia a expectativa de que a autorização fosse publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (15), mas tal publicação ainda não aconteceu.
Segundo a Imetame, o porto está modelado para atender os mais diversos setores produtivos com serviços de apoio à importação e exportação de cargas, como também embarque e desembarque de contêineres, carga geral, grãos e granéis líquidos. Além disso, toda a programação será eletrônica, desenhada para uma operação 100% automatizada e apta para a próxima geração de navios do Brasil.
A expectativa é que a unidade entre em operação em um prazo de três anos. Com essa autorização, a empresa aguarda apenas a assinatura do contrato de cessão com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que se encontra em trâmites finais de análise para o início efetivo das obras marítimas do complexo portuário.
Estima-se que durante o pico das obras do porto sejam gerados 650 empregos diretos e mais 300 indiretos. Para a etapa de operação, quando o Porto entrar em atividade com a sua capacidade máxima, estão estimadas 640 oportunidades diretas e outras 1.000 indiretas. A empresa informou que as informações sobre a contratação das vagas serão divulgadas assim que o empreendimento estiver mais próximo do início da construção.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Léo de Castro, explica que o empreendimento é a obra mais importante deste ano. "No momento, o Brasil tem somente duas grandes rotas de movimentação de grãos: o Porto de Santos, que responde por 59%, dessa movimentação, e o chamado Arco Norte, com portos como os de Manaus, Miritituba e Itaqui, que responde por 25%. O Espírito Santo responde por apenas 9% do granel agrícola. Com a pandemia, o Brasil precisa ampliar essa terceira via que é o Espírito Santo, pois o mercado internacional está revendo a sua logística e sua política de estoques e vai exigir maior número de alternativas", destaca.
Ele acrescenta que a solução pelo Espírito Santo pode ser mais rápida, considerando a desestatização da Codesa, o porto da Imetame e o Porto Central. "O Estado pode ainda ser protagonista no projeto BR do Mar, que estimula a navegação de cabotagem. Esses investimentos são com recursos privados, sem demanda relevante de dinheiro público, e contamos com apoio de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O diálogo com o ministro Tarcísio e a bancada capixaba foi muito produtivo. O Porto da Imetame foi resolvido na hora, demais questões foram encaminhadas.
Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, as melhorias têm o objetivo aumentar a capacidade de movimentação de cargas no porto, que terá um acréscimo de cerca de 65% de área construída ao final das obras. A aprovação desse aditivo é mais um passo para a modernização do Porto de Imetame, que terá um aumento de capacidade de movimentação de cargas considerável e passará a ter protagonismo no escoamento de mercadorias para todo o país, disse por meio de nota.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o porto detém autorização para movimentação de carga geral, focadas em veículos e granito. Novos projetos de melhoria visam incluir outros tipos de carga, nos perfis de granel sólido, granel líquido e gasoso e carga conteinerizada. Quando finalizado, a área total do porto será de 841,3 mil metros quadrados.
No cronograma de obras estão previstas a dragagem do canal de acesso, construção de área do dique e quebra-mar, aterro, sinalização náutica e instalação de equipamentos. Estão previstas a instalação de três portainers (sendo cada um com capacidade para 75 toneladas), 12 terminais tractors x caminhão, 16 pranchas para reboque. A expectativa é gerar 25 mil empregos na cadeia produtiva portuária e de logística após o início da operação do porto.
Segundo a Findes, o Porto da Imetame terá profundidade de 17m, uma importante opção operacional para as linhas de longo curso que operam com navios de grande porte no Brasil. O porto, que poderá ter operação totalmente automatizada, estará preparado para atender a próxima geração de navios conteineiros, New Post Panamax e também Capesize de grãos. A obra deve começar neste segundo semestre de 2020 e durar 3 anos.
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