Em meio à tempestade que tem abalado a indústria em todo o mundo, o setor de celulose tem conseguido navegar por águas nervosas e amenizado para a indústria do Espírito Santo os efeitos de um dos cenários econômicos mais adversos da história.
A produção desse setor cresceu 50% em julho de 2020 em comparação com o mesmo mês de 2019, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é o melhor do segmento industrial capixaba, que tem sentido fortemente os efeitos da crise econômica causada pelo novo coronavírus.
Os dados do IBGE mostram que a indústria do Espírito Santo apresentou em julho deste ano avanço de 28,3% em comparação com junho.
O crescimento tem relação também com as medidas de flexibilização que foram adotadas com mais intensidade no início do segundo semestre deste ano.
Apesar da melhora, a produção industrial geral ainda não conseguiu se recuperar dos impactos do novo coronavírus. Teve retração de 19,7% no ano e desempenho 13,4% inferior em julho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado.
O setor de metalurgia é um dos que mais tem sofrido. Apresentou redução de 38,7% em julho deste ano em comparação com o mesmo mês de 2019. Teve retração de 2,7% no ano e de 21,5% em 12 meses.
A indústria extrativa foi também uma das mais atingidas pela crise, com desempenho negativo de 28,9% no acumulado do ano e de 24,5% em julho deste de 2020 em comparação com o mesmo mês de 2019. Em 12 meses, a queda é de 27,1%.
Segundo o IBGE, o segmento de celulose foi o que apresentou a maior alta em julho em relação ao sétimo mês do ano passado: 50,1%. No acumulado do ano, a fabricação de celulose, de acordo com o IBGE, apresentou crescimento de 5,7%.
Em comparação entre julho de 2020 e o mesmo mês de 2019, o único segmento que também cresceu foi o de produtos alimentícios, com alta de 14,8% em sua atividade.
A Pesquisa Industrial do IBGE revelou aumento da produção do setor em 12 dos 15 locais analisados, no mês de julho. A alta é reflexo da ampliação do movimento de retorno ao trabalho de unidades produtivas.
O Espírito Santo ficou atrás apenas do Ceará (34,5%). O IBGE destacou que o crescimento de 8,6% em São Paulo foi a principal influência no resultado nacional, já que o Estado tem o maior parque industrial do país, com destaque para o bom desempenho dos setores de alimentos e de veículos automotores, além das máquinas e equipamentos.
O ganho acumulado em São Paulo nos três meses seguidos de crescimento é de 32%, ainda abaixo das perdas relacionadas à pandemia, já que indicador está 6% abaixo do índice de fevereiro. No Ceará, as altas foram nos setores de couro, artigos de viagens, calçados e vestuário, com alta acumulada de 92,5% em três meses seguidos de crescimento, ficando 1% abaixo do patamar pré-pandemia. O avanço acumulado em dois meses no Espírito Santo soma 28,6%.
Também registraram alta acima da média da indústria nacional em julho os estados do Amazonas (14,6%), Bahia (11,1%), Santa Catarina (10,1%), Pernambuco (9,5%) e Minas Gerais (9,2%). Completam a lista das altas no mês o Rio de Janeiro (7,6%), Rio Grande do Sul (7,0%) e Pará (2,1%). Registraram baixa em julho o Paraná (-0,3%), Goiás (-0,3%) e o Mato Grosso, que caiu 4,2% após dois meses de alta.
Com informações de agências.
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