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Inflação na Grande Vitória supera a do país em janeiro e vai a 11,65% em 12 meses

Inflação na Grande Vitória supera a do país em janeiro e vai a 11,65% em 12 meses

No Brasil, o IPCA começou 2022 com alta de 0,54% em janeiro, o maior resultado para o mês em seis anos, ou seja, quando a economia do país atravessava período de recessão.

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 15:03

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura

Pressionada por alimentos, a inflação na Grande Vitória foi de 0,57% em janeiro. A variação mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi menor que a registrada em dezembro, de 0,73%, e também é a mais baixa taxa mensal desde abril de 2021. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, a inflação Capital do Espírito Santo já chega a 11,65%.

A nível nacional, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, começou 2022 com alta de 0,54% em janeiro, conforme divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior resultado para o mês em seis anos. Ou seja, desde janeiro de 2016 (1,27%), quando a economia do país atravessava período de recessão.

Com uma empresa de hortifrúti, o gasto ficou em mais de R$ 41 mil
Tubérculos, raízes e legumes estiveram entre os vilões da inflação em janeiro. (Divulgação)

Além do grupo de alimentos e bebidas, os outros vilões da inflação no Espírito Santo em janeiro foram os gastos com artigos de residência - que inclui móveis, eletrodomésticos e pequenos reparos - e com transportes, com destaque para as passagens de ônibus urbanos de transporte coletivo, que ficaram mais caras no primeiro mês do ano, além das despesas com combustíveis.

A variação de 0,54% a nível Brasil veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 0,55%. O resultado até sinaliza uma desaceleração frente a dezembro de 2021, quando o avanço havia sido de 0,73%, mas o IPCA segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses.

No país, a alta acumulada até janeiro chegou a 10,38%. É a maior desde novembro de 2021 (10,74%). No recorte de 12 meses até janeiro, trata-se da taxa mais elevada desde 2016 (10,71%).

O IPCA está distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. O centro da medida de referência neste ano é de 3,50%. O teto é de 5%.

De acordo com analistas, o índice deve voltar a estourar a meta em 2022. Se a estimativa for confirmada, será o segundo ano consecutivo de descumprimento.

Para tentar conter a inflação, o BC vem subindo a taxa básica de juros, que alcançou 10,75% na semana passada. O efeito colateral da Selic mais alta é inibir investimentos produtivos na economia, já que as linhas de crédito ficam mais caras no país. A redução de investimentos ameaça a geração de empregos e a retomada econômica.

ALIMENTAÇÃO PUXA ALTA EM JANEIRO NO PAÍS E NO ES

Conforme o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em janeiro. O avanço mensal foi influenciado, principalmente, pelo segmento de alimentação e bebidas (1,11%). O grupo teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

Segundo André Filipe Almeida, analista da pesquisa do IBGE, a alta dos alimentos pode ser associada em parte a eventos climáticos extremos.

No início do ano, estados como Minas Gerais e Bahia sentiram os reflexos de fortes chuvas, enquanto a região Sul amarga período de estiagem.

"Produtos in natura têm o clima com um dos principais fatores para determinação da quantidade produzida e ofertada", disse Almeida. "Esses fatores climáticos acabam influenciando a quantidade e até a qualidade dos produtos", emendou.

Em alimentação e bebidas, os principais destaques foram carnes (1,32%) e frutas (3,40%), que, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos no grupo.

Além disso, o IBGE também informou que os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses.

Outros destaques foram cenoura (27,64%), cebola (12,43%), batata-inglesa (9,65%) e tomate (6,21%). Já os principais recuos no grupo foram registrados por arroz (-2,66%), frango inteiro (-0,85%) e frango em pedaços (-0,71%).

O IBGE ainda apontou que a desaceleração do IPCA de dezembro para janeiro (de 0,73% para 0,54%) foi puxada pelo grupo dos transportes. O segmento recuou 0,11%, após subir 0,58%. Esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados que teve queda em janeiro.

Segundo o instituto, o recuo é consequência da baixa nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além da gasolina (-1,14%), também houve queda em etanol (-2,84%) e gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Outros destaques foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

"A queda nas passagens aéreas pode ser explicada pelo componente sazonal", relatou Almeida. "Em relação aos combustíveis, os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro, ajudam a entender o recuo nos preços em janeiro", acrescentou.

Inflação na Grande Vitória supera a do país em janeiro e vai a 11,65 por cento em 12 meses

Entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, Curitiba (PR) tem a maior inflação acumulada em 12 meses. A alta até janeiro foi de 12,77%. Em seguida, aparecem Rio Branco (AC), com 11,90%, e Vitória, com 11,65%.

Belém (PA) está na outra ponta da lista, com IPCA acumulado de 8,84%. É o menor entre as metrópoles pesquisadas.

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Errata Correção
9 de fevereiro de 2022 às 15:22

A versão anterior desta reportagem informava que a inflação de Vitória havia superado a do país em janeiro. No entanto, o IBGE mede o IPCA em toda a Região Metropolitana, sendo que o correto é dizer que a inflação subiu na Grande Vitória como um todo. O título foi corrigido.

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