Tornar-se uma figura pública no meio digital é como viver em um reality show constante, em que a exposição é ininterrupta. Influenciadores e especialistas do ramo frisam que desde as atitudes mais simples até a divulgação de marcas serão alvo de análise por parte de quem acompanha o conteúdo.
A avaliação foi feita pelos convidados do Painel “Influência como estratégia de comunicação do futuro”, que encerrou o penúltimo dia da InsightES – Semana de Inovação Capixaba, promovida pela Rede Gazeta. O evento gratuito termina nesta sexta-feira (20), quando haverá discussões sobre tendências, desafios e oportunidades de inovação no varejo.
Participaram do painel: o influencer e ex-BBB André Martinelli, a influencer e jornalista na Rede Globo Juliane Massaoka, o professor da Ufes e escritor Cláudio Rabelo, e o diretor-executivo da Agência Prósper, Fernando Lisboa.
Lisboa explicou que, ao assumir a tarefa de influenciar pessoas, principalmente no meio digital, é preciso tomar uma série de cuidados, sobretudo ao fazer divulgações. Ele pontua que, no começo da carreira, é comum que muitas pessoas que estão tentando ganhar dinheiro com divulgações não façam muitos filtros, divulguem por amizade ou apenas porque a oportunidade surgiu, mas sem pensar nas consequências, o que pode ser desastroso no futuro e acabar fechando portas em relação a marcas “sérias”.
“O público é inteligente. Se o André (Martinelli) aqui entra num assunto que ele não costuma falar, ele não costuma trazer, para beneficiar uma determinada marca, um determinado serviço, o público mesmo vai levantar a mão e falar: 'ei, cara, me conta direito essa história aí'. A comunicação hoje, a gestão de marca, é um reality o tempo todo, a gente está exposto produzindo conteúdo, e a gente vai passar por situações como essa. Temos que estar preparados para lidar com elas.”
Martinelli relembrou a participação no Big Brother Brasil 13, que lhe trouxe destaque na mídia após a saída do programa global e disse que, na vida real, mantém a mesma autenticidade.
“Foi uma oportunidade que apareceu e eu abracei. Meu maior norte lá dentro era pensar na criação que a minha família me deu. E eu nunca mais teria uma visibilidade daquela para mostrar quem eu sou.”
Ao decidir criar conteúdo, ele se concentrou em dois aspectos: a qualidade e o viés humano, que o ajudou a se conectar com mais pessoas.
“Eu vi que, quando comecei a criar conteúdo de qualidade e a aproveitar melhor as ferramentas que eu tinha, as marcas começaram a se interessar, viram que o conteúdo era diferenciado. Acho que pensar nessa virada de qualidade é muito importante, e também o lado humano, o real, como o (programa) Mais Você traz. Você gera uma identificação com a pessoa. E acho isso superimportante porque você traz ela para perto.”
Cláudio Rabelo frisou que esses aspectos são ainda mais importantes que números – que, inclusive, passam cada vez mais a ser questionados, diante de situações como compra de seguidores para inflar o público on-line.
"Olha o tanto de influenciador que a gente tem. Mas qual comunica? Qual que chega aonde eu quero? Às vezes, o número pode ser construído, então (as marcas) começaram a ter mais essa preocupação com o influenciador em si."
Juliane Massaoka, que apresenta um quadro do programa Mais Você, com Ana Maria Braga, frisou que a autenticidade é fundamental e que o influenciador não deve tentar mirar em algo com o que não se identifica, apenas porque está dando certo no mercado. "Fica uma coisa superficial, que não evolui."
Ainda assim, observa que um influenciador não precisa se limitar a um nicho apenas, e que é possível abordar vários assuntos, desde que sejam condizentes com sua essência.
"Você tem que pensar que, numa rede social, o conteúdo é você. Antes, por exemplo, era comum que as pessoas tivessem um Instagram pessoal, um profissional. Hoje, isso não existe mais. A rede social é relacionamento, você é o seu próprio conteúdo. Se você estabelecer uma linguagem, pode falar de vários assuntos, desde que faça sentido para você."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta