Após 14 dias com o prédio interditado, a agência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, foi autorizada a reabrir para atender a população. A retomada dos serviços, no entanto, pode ser prejudicada por conta da greve dos servidores do órgão. O imóvel possui problemas estruturais e foi interditado após vistoria do Corpo de Bombeiros.
Nesta sexta-feira (1°), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros no município, tenente coronel Herbert de Carvalho, a corporação autorizou a desinterdição parcial do imóvel. De acordo com Herbert, o uso e ocupação do local está limitado, apenas para circulação no primeiro e segundo pavimentos. A liberação aconteceu, segundo ele, após verificação da segurança contra incêndio e pânico do prédio.
Com a liberação parcial, todos os atendimentos agendados para a data serão retomados na segunda-feira (4), garantiu o INSS. Porém, como no momento alguns servidores que realizam a perícia médica permanecem em greve, os atendimentos devem continuar prejudicados.
Quem precisa do atendimento para receber benefícios teme pela longa espera. O operador de ponte Ricardo Vieira Araújo, de 22 anos, sofreu um acidente de trabalho na mão há dois meses e está sem receber.
Ele afirma que a perícia médica para liberação do benefício estava agendada para o dia 29, depois foi remarcada para o dia 07, próxima quinta-feira. “É muito difícil essa espera. Não recebi ainda e estou aguardando, mas será que vão atender neste dia? Não sei”, questionou o trabalhador do setor de rochas.
Para a dona Maria Helena Gomes Grégio, de 58 anos, a espera pelo atendimento será ainda maior. A dona de casa de Cachoeiro de Itapemirim tinha perícia marcada para o dia 20 de março, mas foi remarcada para 12 de maio. “Minha família me ajuda no que pode, mas preciso dessa renda, que é pequena aqui em casa. Estou parada. Preciso fazer fisioterapia, tem gastos”, contou.
O imóvel, localizado na Avenida 25 de Março, no Centro, foi totalmente interditado no dia 18 de março. A decisão foi tomada com base em laudos feitos pela Defesa Civil do município, do Estado e também do Corpo de Bombeiros.
Uma somatória de fatores de problemas estruturais, elétricos e outros desacordos importantes de norma de incêndio estão na lista de problemas do prédio, citou o comandante Herbert de Carvalho.
“Um dos mais graves é que no passado foi exigido que fosse feita uma rota de fuga, com uma escada anexa ao prédio. Mas tecnicamente não foi feita uma correta amarração à estrutura antiga, ela arrisca cair e até atingir pessoas fora do edifício. Outro fator encontrado é a caixa de água da reserva técnica de incêndio e ficava apoiada nesta estrutura nova. Ela teve de ser esvaziada, pois a estrutura não estaria dando suporte e ficou sem essa reserva”, exemplificou o comandante.
De acordo com o comandante, as intervenções de segurança eram orientadas ao INSS desde o início do ano e surgiram após demanda do Ministério Público Estadual. A instituição, explicou Carvalho, chegou a apresentar documentos e possíveis soluções, mas a avaliação foi que, mesmo assim, os riscos não seriam eliminados.
Após o fechamento, o INSS disse que nessas duas semanas de interdição foram finalizados os reparos elétricos na agência, além de instalação de sirene, sinalização e iluminação de emergência. Informou ainda, por meio de nota, que para atender às exigências do Corpo de Bombeiros, os servidores da unidade passaram pelo treinamento de combate a incêndios.
Neste período, segundo o órgão, os agendamentos estavam sendo remarcados pela unidade e o segurado poderia saber a nova data por meio da Central 135. Além disso, informou que os segurados poderiam também podem agendar por unidades mais próximas, como nos municípios de Alegre, Castelo, Mimoso do Sul e Itapemirim.
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