O governador Renato Casagrande vai pleitear juntamente dos governos de Minas Gerais e de Goiás um investimento de R$ 3 bilhões na Ferrovia Centro Atlântica (FCA) que poderá triplicar o volume de carga que chega ao Espírito Santo pelo transporte ferroviário a partir da região central do país. O pedido será feito ao governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Nesta segunda-feira (23), Casagrande se encontrou com os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Romeu Zena, de Minas Gerais, para dar prosseguimento às articulações que têm o objetivo de incluir esse investimento como uma contrapartida pela renovação antecipada da concessão da ferrovia, hoje operada pela VLI, processo esse que já está tramitando.
Sempre que tem a renovação antecipada, a empresa que recebe essa autorização para continuar com contrato apresenta um plano de investimentos para a ANTT. Nossa articulação é pra que parte desse investimento seja na própria FCA, afirmou o governador Casagrande.
Essa ferrovia tem vários ramais, em diversos Estados brasileiros. Um dos mais importantes liga Goiás à Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde a malha se conecta com a da Estrada de Ferro Vitória a Minas, até o Espírito Santo. O conjunto dessas ferrovias é chamado de Corredor Centro-Leste.
Contudo, há um trecho problemático na Serra do Tigre, em Minas Gerais, onde a FCA foi construída passando por um terreno elevado, o que reduz a velocidade praticada pelas locomotivas e aumenta o consumo de combustível.
A proposta é que seja feito um contorno ferroviário de 360 quilômetros nessa região para resolver esse gargalo, permitindo assim que a rota até o Espírito Santo se torne mais atrativa para os produtores do Centro-Oeste do país, que hoje acabam optando pelo escoamento de grãos e fertilizantes em portos do Rio de Janeiro e São Paulo. A obra tem custo previsto de R$ 3 bilhões.
A ferrovia fica muito mais competitiva, consegue transportar mais toneladas e por isso é importante esse investimento. Ele pode atrair novas cargas para o Estado e para os produtores de Goiás e Minas Gerais, agrícolas ou não, nossos portos são mais eficientes e poderiam importar ou exportar com um custo menor, diz.
A expectativa do governo é de que, uma vez concluída a intervenção, o volume de cargas que chegam por ferrovias daquela região triplique, passando das atuais 10 milhões de toneladas para 31 milhões de toneladas por ano.
É um corredor importante para o Brasil, não só para o Espírito Santo, Goiás e Minas. Temos o porto da Imetame, o porto da Codesa que vai ser privatizada e o Porto Central. São perspectivas portuárias importantes que permitem que a gente possa buscar esses investimentos, afirmou o governador.
O plano de investimentos da FCA para manutenção da concessão deve ser apresentado em janeiro pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para consulta pública.
O Estado quer que haja uma proposta consolidada para que o contorno da Serra do Tigre seja incluído nesse plano através de negociação com a empresa concessionária ou, posteriormente, com acordos junto ao governo federal ou ao Tribunal de Contas da União.
Além do contorno ferroviário, o pleito de Minas e Espírito Santo é que a renovação da FCA também contemple investimentos na malha da estrada de ferro para aumentar a sua movimentação de cargas, como ramais que conectem a linha principal às regiões produtoras de grãos, e terminais de transbordo que permitam que a carga seja transferida entre linhas férreas de bitolas diferentes e também o carregamento por caminhões.
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