O primeiro mês do ano foi de grandes alegrias para os investidores. Cenário positivo no horizonte, Ibovespa se aproximando dos 120 mil pontos e promessas de reformas importantes serem enviadas pelo governo federal para o Congresso Nacional. Pouca gente imaginava que dentro de 30 dias a visão já seria tão diferente.
O coronavírus assustando o mercado internacional, crise entre os Poderes e reformas administrativa e tributária travadas. Não por acaso, o índice da bolsa de valores brasileira B3, que estava perto dos 120 mil pontos, chegou aos 99.950 nesta sexta-feira (28) e fechou o dia em 104.171 pontos.
Na quarta (26), o Ibovespa caiu 7%. Depois, na quinta, o recuo foi de 2,6%. Já nesta sexta o índice teve uma leve recuperação de 1,15% sob influência de declaração do Banco Central dos Estados Unidos. A seta, porém, continua apontando para baixo.
Diante desse cenário, a dúvida de todo investidor - ou mesmo de quem pretende investir - é qual o melhor comportamento a adotar. A Gazeta ouviu especialistas em investimentos que elegeram uma dica central para o momento: cautela.
Para quem já tem uma carteira formada não é hora de fazer nada. É melhor manter porque a expectativa é de melhoria para os próximos meses. Já para quem está pensando em investir, é melhor ter precaução, porque não havendo mesmo a expectativa de melhoria, não se sabe até onde a bolsa continuará caindo, ressalta Eduardo Akira, sócio da Vero Investimentos, que ainda pontuou:
Se ainda assim as pessoas desejarem investir em ações, Akira recomenda evitar as de empresas de turismo, companhias aéreas, petroleiras e mineradoras. Essas são áreas que o consumo está diminuindo por conta da desaceleração da China provocado pelo coronavírus. Os papeis desses setores são evitáveis, analisou.
Mas, mesmo com todos esses alertas, o investimento na bolsa de valores e demais opções de renda variável continuam sendo as mais vantajosas no mercado. Com os juros baixos no Brasil, os investidores ficam sem muitas opções. Por mais que a bolsa tenha caído, o prêmio dela ainda é maior que a renda fixa, destaca Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.
A renda fixa está baixa e deve continuar assim por, pelo menos, mais 18 meses. A taxa Selic está em 4,25% e ainda não está excluída uma nova redução na próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária]", acrescentou Franchini.
De acordo com Akira e Franchini, um investimento feito na bolsa de valores deve ser pensado no médio e longo prazos. Fazendo isso, é possível reduzir consideravelmente o risco de perdas.
É importante que o investidor não se afobe com os estresses pontuais. Eles são comuns. Por isso que é importante colocar o dinheiro sem esperar um retorno curto. Se o investidor for precisar do dinheiro em breve, a bolsa não é tão indicada, comenta Franchini.
Para eles, o investidor brasileiro ainda está se acostumando a deixar o dinheiro na bolsa de valores. Em outubro, novembro, muita gente saiu da renda fixa e passou a investir na bolsa. Por não estar acostumado com essa volatilidade ele pode se assustar e fazer o resgate, mas esse é um caminho para perder dinheiro, explicou.
Apesar dos riscos apresentados e do momento de cautela tanto Akira quanto Franchini apostam na recuperação do mercado e da valorização da bolsa de valores em breve, a depender sobretudo do controle do coronavírus.
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