Carlos Costa e Carlos Wanzeler, conhecidos por serem os chefões da Telexfree, devem ser soltos ainda nesta quinta-feira (19). A Justiça concedeu liberdade aos dois, que foram presos pela Polícia Federal na manhã da última terça-feira (17), na Grande Vitória, durante a Operação Alnilam. A ação investiga suposta ocultação de valores envolvidos com as atividades da Telexfree no Brasil. Eles estão no Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPVII), onde iriam cumprir a sua prisão preventiva e foram denunciados nesta quinta-feira pelo Ministério Público Federal por lavar dinheiro com a empresa que produziu o show do Paul McCartney.
O desembargador federal Paulo Cesar Morais Espírito Santo deu uma liminar que revoga a prisão dos empresários. De acordo com o advogado dos acusados, Rafael Lima, a determinação já foi comunicada a 1ª Vara Penal de Vitória. "Essa liminar ainda precisa ser confirmada por meio do julgamento do mérito do habeas corpus, o que acredito que só deve ocorrer em fevereiro, após o recesso do Judiciário. Mas eles já serão soltos", declarou o defensor.
Lima explica que o argumento usado para a defesa dos clientes é que não há contemporaneidade no caso. Ou seja, não há implicação social por agora, já que o crime de que são acusados ocorreu em 2014.
Há indícios de que os empresários tenham usado recursos obtidos de maneira fraudulenta e que estavam escondidos em contas de laranjas para bancar o show de Paul McCartney, realizado em Cariacica, em novembro de 2014. O caso foi revelado com exclusividade por A Gazeta em outubro deste ano.
Além do caso do show, processos em andamento na Justiça Federal já apontavam para o envolvimento dos líderes da empresa em crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outras fraudes contra o sistema financeiro nacional.
A nova investigação que levou à detenção dos líderes, que está em segredo de Justiça, tem como alvo principal transações financeiras também para lavagem de dinheiro. Segundo informações iniciais da PF, recursos que não tinham sido alcançados na Operação Orion, que decretou sequestro e bloqueio de bens em 2014, eram movimentados por terceiros.
Parte desse dinheiro foi usado para comprar imóveis que eram alugados para garantir uma renda aos empresários, de acordo com as autoridades. No site da Justiça Federal do Espírito Santo, em um outro processo envolvendo lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal, ao fazer a denúncia, disse que o líder da Telexfree, Renato Alves, foi usado para comprar imóveis para Carlos Costa
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